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2023

ANUÁRIO DO HOSPITAL
DONA ESTEFÂNIA

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O DESAFIO DIAGNÓSTICO DA ARTRITE SÉPTICA NO PERÍODO NEONATAL

Filipa Marujo1, Catarina Gouveia2, João Campagnolo3, Rita Machado1

1 - Unidade de Pediatria Médica, Área da Mulher, Criança e Adolescente, Hospital Dona Estefânia, Centro Hospitalar Universitário de Lisboa Central, Lisboa
2 - Unidade de Infecciologia, Área da Mulher, Criança e Adolescente, Hospital Dona Estefânia, Centro Hospitalar Universitário de Lisboa Central, Lisboa
3 - Serviço de Ortopedia Infantil, Área da Mulher, Criança e Adolescente, Hospital Dona Estefânia, Centro Hospitalar Universitário de Lisboa Central, Lisboa

- 8ª Reunião Pediátrica – Revisitar a Infecciologia, Hospital CUF Descobertas, Lisboa, 1 a 3 de fevereiro de 2018, poster em sala

Resumo:
Introdução: O diagnóstico de infecção neonatal é difícil e requer alto grau de suspeição. A artrite séptica implica diagnóstico precoce para evitar morbilidade.
Relato de caso: Recém-nascido de termo, gestação vigiada, parto por cesariana, internado em D9 por desidratação e má progressão ponderal por hipogalactia. Iniciou fórmula infantil, complicada com rectorragias no contexto de alergia às proteínas do leite de vaca, verificando-se resolução do quadro após introdução de leite extensamente hidrolisado. Em D10 de internamento, inicia vómitos e hipotonia. Realizou hemograma sem alterações, PCR 75mg/L, estudo sumário da urina e punção lombar sem alterações. Iniciou empiricamente ampicilina e gentamicina. Posteriormente, surge hipomobilidade e edema do antebraço esquerdo, com presença de líquido não puro no cotovelo ipsilateral. As radiografias do antebraço e cotovelo não mostraram atingimento ósseo. A antibioterapia foi alterada para cefotaxime, mantendo gentamicina, e realizou artrocentese com isolamento de Escherichia coli multissensível. Hemocultura, urocultura e cultura de LCR negativas. Teve alta ao 15º dia de internamento, cumprindo mais 15 dias de amoxicilina, com boa evolução clínica e laboratorial, sem sequelas.
Conclusões: O diagnóstico de artrite séptica no recém-nascido é desafiante pela subtileza e inespecificidade dos sinais clínicos. Questionamo-nos se a colite alérgica pode ter facilitado a translocação bacteriana com focalização subsequente.

Palavras Chave: artrite séptica, infecção neonatal, recém-nascido