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2023

ANUÁRIO DO HOSPITAL
DONA ESTEFÂNIA

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IMPACTO DAS INFECÇÕES RESPIRATÓRIAS VÍRICAS MÚLTIPLAS NA EVOLUÇÃO DE CRIANÇAS GRAVEMENTE DOENTES

Joana Verdelho Andrade1, Sofia Bota1, Filipa Marques1, Anaxore Casimiro1, João Estrada1, Margarida Santos1

1- Unidade de Cuidados Intensivos Pediátricos, Área da Mulher, da Criança e do Adolescente, Hospital de Dona Estefânia, Centro Hospitalar de Lisboa Central, Lisboa

- 19º Congresso Nacional de Pediatria; Lisboa, 24-26 de Outubro de 2018 (poster com discussão)

Introdução: As infecções respiratórias baixas são a principal causa de mortalidade em crianças até aos 5 anos. A utilização do painel rápido multiplex por PCR melhora a identificação do diagnóstico etiológico.
Objetivos: Comparar a evolução de infecções respiratórias víricas com um ou mais agente isolado em crianças admitidas por insuficiência respiratória aguda (IRA) em cuidados intensivos.
Métodos: Estudo retrospetivo (39 meses, dezembro 2014 a fevereiro 2018) de doentes com IRA e identificação de pelo menos um vírus por PCR multiplex. Estudou-se a idade, género, PCR multiplex e evolução. Consideraram-se dois grupos: A um vírus e B mais do que um vírus. Utilizaram-se os testes Qui-quadrado ou Exato de Fisher para testar associações entre variáveis.
Resultados: Obtiveram-se 54 IRA com agente identificado: grupo A=42 e B=12. Mediana de idade de 4 e 5 meses (A/B), género masculino 57% e 50% (A/B). No mesmo período, verificaram-se 1149 internamentos, com PRISM médio de 2,68 e mortalidade de 2,78%. No grupo A, o PRISM médio foi de 7,50 e no B de 5,17. Não se registaram óbitos. A doença crónica e a falência de órgão foram mais frequentes no grupo A (33% e 8%, p=0,088; 83% e 67%, p=0,206). Os vírus mais frequentes foram: A - Vírus Sincicial Respiratório (43%), B - Rhinovírus (58%), com coinfecção bacteriana em 21% e 8% (A/B, p=0,303). O grupo B necessitou mais de ventilação (A - 67%, B - 75%, p=0,512), sem diferença no modo (não invasiva p=0,571, invasiva p=0,571). Houve necessidade de acesso central em 24% e 25% (A/B, p=0,932) e vasopressores em 10% e 0% (A/B, p=0,564). A demora média foi 11 e 10 dias (A/B).
Conclusão: O estudo sugere que a coexistência de vários vírus no mesmo doente não alterou significativamente a evolução e o prognóstico.

Palavras Chave: cuidados intensivos, infeções víricas, insuficiência respiratória aguda, PCR multiplex, prognóstico.