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2023

ANUÁRIO DO HOSPITAL
DONA ESTEFÂNIA

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HOW ARE YOU NOW? ESTUDO DE FOLLOW-UP DOS CASOS DA UPI DE 2006 a 2013

Pedro Caldeira da Silva1; Catarina Garcia Ribeiro2; Cláudia Gomes Cano2; Leonor Sá Machado3; Sandra Pires2; Mariana Farinha2; Ana Moreira2; Joana Macieira3.

1 - Responsável de Especialidade, Pedopsiquiatria, Área da Mulher, Criança e Adolescente, Hospital Dona Estefânia; Centro Hospitalar Universitário de Lisboa Central, Lisboa
2 - Médico Interno de Formação Específica, Pedopsiquiatria, Área da Mulher, Criança e Adolescente, Hospital Dona Estefânia; Centro Hospitalar Universitário de Lisboa Central, Lisboa
3 - Médico Interno de Formação Específica, Pedopsiquiatria, Centro Hospitalar de Lisboa Ocidental, Lisboa.

- XXIX Encontro Nacional da Associação Portuguesa de Psiquiatria da Infância e da Adolescência.
- Publicação sob forma de apresentação.

Resumo:
Introdução: A unidade especializada em saúde mental da Primeira Infância do Hospital Dona Estefânia dedica-se ao estudo clínico da psicopatologia do bebé e da relação cuidadores-bebé, focando-se numa abordagem preventiva mas também terapêutica. Presta cuidados diferenciados a crianças com idades compreendidas entre os 0 e os 3 anos de idade e suas famílias. A investigação sistemática e em larga escala para esta faixa etária ainda é muito limitada, sendo escassa a literatura sobre a repercussão futura de algumas das patologias diagnosticadas numa idade tão precoce.
Objetivos: Avaliar longitudinalmente as crianças observadas pela primeira vez nesta unidade nos anos de 2006 a 2013, através de um follow-up a 5 anos, de modo a compreender a sua evolução e identificar tendências de mudança na psicopatologia ao longo dos anos.
Metodologia: A amostra de estudo é composta por n=1316 crianças dos 0-3 anos atendidas em primeira consulta na UPI no anos de 2006 a 2013. Foram consultados os seguintes parâmetros nos processos clínicos: idade à data da primeira consulta, sexo, diagnóstico atribuído de acordo com o Sistema de Classificação DC 0-3 (Eixo I e II), intervenção terapêutica e duração do seguimento. A avaliação do estado actual foi feita por via telefónica através de uma entrevista estruturada aos principais cuidadores e da aplicação da escala SDQ (Strengths and Difficulties Questionnaire) – versão para cuidadores. A informação foi submetida a processamento estatístico (em SPSS®), com análise descritiva e correlação de variáveis.
Resultados/ Conclusão: Grande número de crianças da amostra geral mostra valores anormais de SDQ, sugerindo provável continuidade entre dificuldades no período precoce e nas idades subsequentes. Apesar das dificuldades encontradas nos meninos com diagnóstico de Perturbação da Relação e Comunicação na escala SDQ, com significado estatístico quando comparados com a amostra geral, a percepção dos pais é surpreendentemente positiva (85,7% consideram que os filhos estão melhores); os resultados apontam para uma evolução positiva de uma maneira geral, com impacto na aprendizagem, verificando-se um número reduzido destas crianças inseridas no ensino especial, o que reforça a importância direta da intervenção na primeira infância, no acompanhamento das famílias que a UPI se esforça por garantir, mantendo a expectativa positiva, promotora do melhor desenvolvimento das potencialidades da criança.

Palavras Chave: Follow-up; Primeira Infância; Psicopatologia.