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2023

ANUÁRIO DO HOSPITAL
DONA ESTEFÂNIA

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O QUE OS CLÍNICOS PRETENDEM DOS ESTUDOS DE COLONIZAÇÃO

Maria Teresa Neto.

Unidade de Cuidados Intensivos Neonatais. Hospital de Dona Estefânia, Centro Hospitalar de Lisboa Central EPE. Faculdade de Ciências Médicas, Universidade Nova de Lisboa

- III Jornadas de Patologia Clínica do CHLC 2012. 21-22/05. Hospital de Dona Estefânia, Lisboa (Palestra)

Os estudos de colonização são dispendiosos e a sua utilidade é frequentemente questionada. Os resultados podem induzir procedimentos errados, dispendiosos e controversos com potencial efeito adverso na flora microbiana e na saúde dos doentes. A colonização é um processo natural na aquisição da flora do indivíduo mas, geralmente, é um precedente necessário à infecção e em meio hospitalar, pode ter um papel importante no desenvolvimento de infecção nosocomial. Existe uma acalorada discussão sobre a necessidade dos estudos de colonização e o papel e a extensão das medidas de isolamento decorrentes deste procedimento. Os autores que defendem o "sim" alegam que os doentes colonizados constituem uma população desconhecida, um reservatório de infecção desconhecido com potencial para disseminação, podendo provocar doença grave e surtos incontroláveis. Os defensores do "contra" alegam que os recursos económicos são escassos, os custos elevados e que os estudos não têm força suficiente para suportar o esforço e a prática decorrente desse conhecimento. Unidades que recebem doentes graves com tempos de internamento prolongados noutras unidades e que não tenham a política de estudar o doente admitido nestas condições, podem ser palco de surtos de infecção hospitalar causada por microrganismos multirresistentes antes que saibam que admitiram um doente colonizado. O doente colonizado com bactérias multirresistentes deve ser sujeito a isolamento de contacto, uma vez que as precauções universais não são suficientes para a contenção da bactéria. A Circular Normativa da DGS de 24/07/2009 determina que os doentes colonizados devem ser devidamente assinalados em caso de transferência mas, o conhecimento do estado de colonizado pressupõe o estudo da colonização. Por isso cada Unidade/Serviço ou hospital, deve ter uma política ou procedimento de estudos de colonização de modo a limitar o pedido de estudos de colonização e poupar material no isolamento de contacto.

Palavra-chave: estudos de colonização, bactérias multirresistentes, surtos, infecção hospitalar.