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2023

ANUÁRIO DO HOSPITAL
DONA ESTEFÂNIA

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Fractura da Metáfise Distal da Tíbia associada a uma Epifisiólise Salter Harris tipo II do Perónio Distal – A propósito de um Caso Clínico

Catarina Neto Pereira1, André Santos Barros2, Francisco Gonçalves3, Hugo Fernandes4, Pedro Rosário5, Joana Ovídio6, Pedro Jordão6

1 - Serviço de Ortopedia, Hospital Professor Doutor Fernando Fonseca, EPE, Amadora
2 - Serviço de Ortopedia do Hospital de Vila Franca de Xira
3 - Serviço de Ortopedia, Hospital Ortopédico Sant'Iago do Outão – CH Setúbal
4 - Serviço de Ortopedia, Hospital do Oeste
5 - Serviço de Ortopedia, Centro Hospital Barreiro Montijo
6 - Serviço de Ortopedia Pediatríca, Hospital Dona Estefância – Centro Hospitalar Universitário de Lisboa Central

6º Congresso Nacional e XXIII Jornadas de Ortopedia Infantil, 24 de Março 2018, Coimbra (Poster)

Resumo:
Objectivo: Apresentamos um caso raro de um adolescente tratado na nossa instituição com o diagnóstico de fractura da metáfise distal da tíbia associada a uma epifisiólise Salter Harris tipo II do perónio distal.
Métodos: Adolescente de 14 anos, género masculino, sem antecedentes irrelevantes, observado em contexto de urgência após traumatismo do membro inferior direito durante um jogo de futebol. O doente apresentava dor, deformidade e incapacidade funcional do tornozelo direito. O estudo imagiológico mostrou fractura da metáfise distal da tíbia com impactação anterior e desvio em recurvatum associada a uma epifisiólise Salter Harris tipo II do perónio distal. Foi submetido a redução incruenta e fixação percutânea com 2 fios de Kirschner cruzados na tíbia distal e imobilizado com aparelho gessado cruropodálico.
Resultados: O período pós-operatório decorreu sem intercorrências, às 3 semanas retirou o material de osteossíntese e substituiu a imobilização cruropodálica por suropodálica durante mais 3 semanas. Na reavaliação dos 3 meses não apresentava quaisquer queixas, tendo regressado a sua prática desportiva.
Conclusão: As fracturas da metáfise distal da tíbia são geralmente lesões em ramo verde resultantes de forças de compressão ao longo da cortical anterior da tíbia. Estas fracturas também podem ser secundárias a uma força de carga axial com o pé em dorsiflexão, sendo a cortical anterior impactada enquanto o posterior é desviado com rotura do periósteo. A fractura do doente deste caso sai fora dos padrões habituais da fracturas distais da tíbia, uma vez que tem associado uma epifisólise do perónio distal, o que torna esta fractura mais instável, e motivou a decisão terapêutica cirúrgica.
Relevância: A importância do relato este caso clínico prende-se com o facto desta fractura combinada ser rara, não havendo registo na literatura da sua incidência. Chamando-se a atenção para o sucesso de um tratamento cirúrgico pouco invasivo.

Palavras Chave: epifisiolise, fratura, tíbia, tratamento