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2023

ANUÁRIO DO HOSPITAL
DONA ESTEFÂNIA

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CONSULTA DE CRISE NO HOSPITAL DONA ESTEFÂNIA - PRIMEIROS 18 MESES DE EXISTÊNCIA

Luísa Queiroga1, Mara Costa de Sousa2, Joana Mesquita Reis1, Berta Ferreira3, Pedro Caldeira da Silva4

1 - Interna de Formação Específica em Psiquiatria da Infância e Adolescência, Área da Mulher, Criança e Adolescente, Hospital Dona Estefânia, Centro Hospitalar Universitário de Lisboa Central, Lisboa.
2 - Interna de Formação Específica em Psiquiatria da Infância e Adolescência, Serviço de Psiquiatria e Saúde Mental da Infância e Adolescência, Departamento de Pediatria, Centro Hospitalar Lisboa Norte, Lisboa.
3 - Assistente Hospitalar de Psiquiatra da Infância e Adolescência, Área da Mulher, Criança e Adolescente, Hospital Dona Estefânia, Centro Hospitalar Universitário de Lisboa Central, Lisboa.
4 - Chefe de Serviço Hospitalar de Psiquiatria da Infância e Adolescência, Área da Mulher, Criança e Adolescente, Hospital Dona Estefânia, Centro Hospitalar Universitário de Lisboa Central, Lisboa.

9o Encontro Nacional de Internos de Psiquiatria da Infância e Adolescência - Pedopsiquiatria de Catástrofe (8 e 9 de novembro 2018 | Coimbra Business School), reunião nacional, comunicação oral.

Resumo:
Introdução: A Consulta de Crise (CC), teve início a 01/03/2017, para monitorizar situações clínicas graves observadas no Serviço de Urgência (SU) de Pedopsiquiatria do Hospital Dona Estefânia (HDE). Foi criado um regulamento, onde se encontram estabelecidos os critérios de referenciação e atuação.
Objetivos: Clarificar a utilidade da CC do HDE, através da caraterização dos casos observados entre 01/03/2017 e 31/08/2018, verificar o cumprimento dos critérios presentes no regulamento da CC, e definir a percepção dos médicos relativamente à eficácia da mesma.
Métodos: População Crianças observadas na CC, entre 01/03/2017 e 31/08/2018; Instrumentos Consulta do processo clínico, nas plataformas SClínico e HCIS. - Questionário online aplicado aos médicos que realizaram a CC.
Resultados: Nos primeiros 18 meses, foram referenciados 157 doentes (n=157), o que corresponde a 6% das crianças observadas no SU. Destas, 104 crianças (66%) não tinham seguimento em Consulta de Pedopsiquiatria, tendo sido pedida consulta em ambulatório em 86,5% dos casos observados (n=90). Relativamente aos motivos de referenciação, 34 jovens foram encaminhados por ideação suicida (22%), 31 por alteração do comportamento (20%) e 27 por sintomatologia depressiva (17%). Na avaliação na CC, verificou-se que em 18,47% a CC não foi agendada no prazo de 5 dias úteis, 68% aguardava ou tinha consulta de pedopsiquiatria agendada em ambulatório, estando agendada no prazo de 15 dias em 17,6% dos casos (n=24). A percepção dos médicos relativamente ao cumprimento dos critérios de referenciação – gravidade clínica, ausência de suporte social, marcação no prazo de 5 dias úteis e realização de pedido para marcação de consulta em ambulatório – foi positiva. A percepção em relação à existência de marcação de Consulta em ambulatório, pertinência dos critérios de referênciação, eficácia da CC e importância da existência e continuidade da CC foi negativa.
Conclusões: Os critérios de referenciação: gravidade clínica, prazo de marcação da CC em 5 dias úteis, pedido de consulta de pedopsiquiatria no SU, foram maioritariamente cumpridos. Verificou-se uma percepção correta dos médicos quanto ao cumprimento dos critérios atuais. No entanto, a percepção de eficácia da CC foi negativa, e a maioria admite não se justificar a continuidade da CC nos moldes existentes.

Palavras Chave: consulta de crise, percepção médica, utilidade.