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2023

ANUÁRIO DO HOSPITAL
DONA ESTEFÂNIA

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COFI - CONSENSO SOBRE FÓRMULAS INFANTIS: A OPINIÃO DE PERITOS PORTUGUESES SOBRE A SUA COMPOSIÇÃO E INDICAÇÕES

Carla Rêgo 1-3, Luís Pereira-da-Silva 4-6, Ricardo Ferreira 7

1 - Centro da Criança e do Adolescente, Hospital CUF Porto, Porto;
2 - Center for Research in Health Technologies and Services (CINTESIS), Faculdade de Medicina da Universidade do Porto, Porto;
3 - Centre of Biotechnology and Fine Chemistry, Escola Superior de Biotecnologia do Porto, Universidade Católica Portuguesa, Porto;
4 - Medicina da Mulher, da Infância e da Adolescência, Faculdade de Ciências Médicas | NOVA Medical School, Universidade NOVA de Lisboa, Lisboa;
5 - Área da Mulher, da Criança e do Adolescente, Hospital Dona Estefânia, Centro Hospitalar de Lisboa Central, Lisboa;
6 - Dietética e Nutrição, Escola Superior de Tecnologias da Saúde de Lisboa, Instituto Politécnico de Lisboa, Lisboa;.
7 - Hospital Pediátrico de Coimbra, Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra, Coimbra.

- Acta Med Port. 2018 Dec;31(12):754-765

Introdução: O aleitamento materno tem benefícios únicos, sendo recomendado em exclusividade até ao sexto mês de idade e mantido durante a diversificação alimentar. Como alternativa, podem ser usadas fórmulas infantis, as quais procuram mimetizar o leite humano, promovendo um perfil metabólico e de crescimento semelhantes. Este estudo pretendeu avaliar a opinião de pediatras portugueses relativamente à composição, alegados benefícios e indicações das fórmulas infantis comercializadas em Portugal.
Material e Métodos: Estudo baseado no método de Delphi, com a aplicação de um questionário desenvolvido por uma comissão científica a um painel de pediatras peritos em nutrição pediátrica. O questionário foi aplicado em duas voltas, tendo a versão inicial 65 itens abrangendo 11 temas.
Resultados: Participaram 21 peritos, tendo sido atingida, após as duas voltas, 87,5% de respostas. Este painel foi consensual em 68,3% dos itens, nomeadamente na indicação das fórmulas infantis apenas nos que não podem beneficiar de aleitamento materno. O painel teve opiniões heterogéneas numa série de questões, destacando-se as relacionadas com vantagens e indicações das fórmulas ‘especiais’ ou modificadas (hidrólise parcial da proteína, anticólica, antirregurgitação e antiobstipação) e das fórmulas ‘de crescimento’ durante o segundo ano de vida.
Discussão: Houve um consenso alargado dos peritos quanto à qualidade nutricional, segurança alimentar e indicações atribuídas às fórmulas infantis comercializadas, nomeadamente as fórmulas para lactente e de transição. Conclusão: O painel foi consensual relativamente à maioria dos tópicos inquiridos. A ausência de consenso verificou-se, de forma geral, em questões que na literatura permanecem em debate e carecem de evidência científica robusta.

Palavras Chave: Consenso; Fórmulas Infantis; Técnica Delphi