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2023

ANUÁRIO DO HOSPITAL
DONA ESTEFÂNIA

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CARACTERÍSTICAS CLÍNICAS E DE TRATAMENTO DAS OSTEOMIELITES CRÓNICAS NUM HOSPITAL TERCIÁRIO

Filipa Marujo1; Susana Norte Matos2; Maria João Brito1; Delfim Tavares2; Catarina Gouveia1

1- Unidade de Infecciologia, Hospital Dona Estefânia, Centro Hospitalar Universitário de Lisboa Central, Lisboa
2- Serviço de Ortopedia Pediátrica, Hospital Dona Estefânia, Centro Hospitalar Universitário de Lisboa Central, Lisboa

- 19º Congresso Nacional de Pediatria – SPP, Centro de Congressos do Estoril, 24 – 26 de Outubro 2018
- Reunião nacional
- Comunicação oral

Resumo:
Introdução: A osteomielite crónica (OC) caracteriza-se por infeção óssea persistente associada a sequestro e/ou fístula, exigindo tratamento multidisciplinar.
Objectivos: Caracterização das OC internadas num hospital pediátrico terciário.
Metodologia: Estudo retrospetivo, observacional, de Janeiro 2011 a Maio 2018. Analisaram-se dados epidemiológicos, clínica, terapêutica e evolução.
Resultados: Registaram-se 26 casos, mediana de 9,5 anos (9M-18A), 77,8% de origem africana, 53,8% evacuados dos PALOPS. A maioria (88,5%)tinha factores de risco: doença crónica (8) (hemoglobinopatia-6; HIV-1) e fractura prévia (6). A clínica cursou com dor (24), limitaçãofuncional (17), sinais inflamatórios locais (12), fístula (10), febre (8) e perda ponderal (4). A mediana até ao diagnóstico foi de 270dias. Os ossos mais afetados foram fémur (33,3%), tíbia (21,2%) e úmero (9,1%); 3 eram multifocais. Isolaram-seStaphylococcusaureus (8)(SAMS-7), Enterobacter cloaca (3), Serratiamarcescens(2), Streptococcuspyogenes(1), Proteus mirabilis(1), Actinomycesviscosus(1) e Pseudomona aeruginosa(1); 4 estirpes multirresistentes e 11 sem agente. Em média realizaram 1,4 cirurgias/doente, 73,1% sequestrectomia. A duração total da ABT foi de 73 dias (3 AB/doente); 4 efectuaram oxigénio hiperbárico. A multirresistência contribuiu para internamento mais longo; 5 ficaram com sequelas e 3 recidivaram.
Conclusões: A maioria das OC surge nos países em desenvolvimento. SAMS continua a ser o agente o mais frequente, contudo temos assistido à emergência de estirpes multirresistentes, associadas a pior prognóstico. É fundamental otimizar o diagnóstico microbiológico e são necessários mais estudos para perceber qual a abordagem cirúrgica e antibiótica mais eficaz.

Palavras Chave: multirresistência, osteomielite crónica, sequestro ósseo