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2023

ANUÁRIO DO HOSPITAL
DONA ESTEFÂNIA

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ARTRITES SÉPTICAS – O QUE MUDOU?

Mariana Duarte1, Joana Branco1, Susana Norte Ramos2, Joana Ovídio2, Pedro Jordão2, João Campanolo2, Delfim Tavares2, Catarina Gouveia1

1 - Unidade de Doenças Infecciosas, Hospital de Dona Estefânia CHLC – EPE. Lisboa. Portugal
2 - Unidade de Ortopedia Pediátrica, Hospital de Dona Estefânia CHLC – EPE. Lisboa. Portugal

-19º Congresso Nacional de Pediatria, 24 a 26 Outubro 2018, Estoril

Introdução: A artrite séptica (AS) é uma infeção potencialmente grave na infância, que requere um diagnóstico e terapêutica precoce.
Métodos: Estudo retrospectivo dos doentes internados com o diagnóstico de AS de Janeiro 2015 a Dezembro 2017. Foram analisados dados clínicos, laboratoriais, imagiológicos, terapêutica e evolução.
Resultados: Foram identificados 71 doentes, predomínio do sexo masculino (65%), com idade mediana de 2 anos; 99% com limitação funcional; 63% com sinais inflamatórios locais e 59% com febre. As articulações mais afetadas foram o joelho (37%), anca (23%) e tornozelo (13%). A maioria (76%) foi submetida a cirurgia (76% artrocentese e lavagem articular, 24% artrotomia). Foi identificado agente em 59% dos casos, por hemocultura (26%), cultura do líquido articular (38%) e/ou PCR para Kingellakingae (KK) (45%). O organismo mais frequentemente encontrado foi KK (28%), seguido por Staphylococcusaureus (SA) (13%) e Streptococcuspyogenes(7%). A antibioterapia (AB) empírica mais utilizada foi cefuroxime (49%), seguida por flucloxacilina (41%) associada ou não à gentamicina. A mediana da duração da AB total foi de 26.5 dias. Comparando AS por SA vs KK, as primeiras ocorreram em crianças mais velhas e estavam mais vezes associadas a febre e AB prolongada. Tinham OM concomitante 24%, estando associada a bacteriémia, cursos mais longos de AB e maior número de complicações.
Conclusões: Nos últimos anos temos assistido a um aumento da AS por KK, principalmente em crianças com <2 anos, sub-diagnosticadas previamente. O agente e a coexistência de osteomielite aguda (OM) são fatores que influenciam o prognóstico.

Palavras Chave: artrite séptica, kingellakingae, osteomielite aguda