- Unidade de Adolescentes, Área da Mulher, Criança e Adolescente, Hospital Dona Estefânia, Centro Hospitalar Universitário de Lisboa Central, Lisboa
Reunião Multidisciplinar da Área da Mulher, Criança e Adolescente, Hospital Dona Estefânia, Centro Hospitalar Universitário de Lisboa Central
Resumo:
A Anorexia Nervosa restritiva é a doença do comportamento alimentar mais comum e está associada a uma morbimortalidade significativa; se bem que a adolescência seja a idade mais frequente de apresentação, há cada vez mais casos que surgem no final da infância. A profunda restrição calórica tem implicações no equilíbrio endócrino-metabólico que se refletem no desenvolvimento pubertário, resistência à insulina, função tiroideia, sistema músculo-esquelético, cardiovascular e até cognitivo. Na adolescência, a amenorreia é uma das manifestações mais frequentes e resulta da supressão da secreção hipotalâmica de gonadotrofina (GnRH). O mecanismo do bloqueio e normalização da função hipotalâmica tem sido relacionado com múltiplos factores, nomeadamente índice de massa gorda, cortisol e leptina circulante. Embora na mais recente revisão do DSM – 5 a amenorreia tenha sido retirada como critério diagnóstico, ela continua a ser um sinal clínico relevante não só no diagnóstico como, mais tarde, na recuperação do estado nutricional. Nesta sessão procuraremos transmitir o estado da arte sobre os determinantes do início e resolução da amenorreia na anorexia nervosa restritiva, ilustrando com alguns casos clínicos da Consulta de Medicina de Adolescentes.