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2023

ANUÁRIO DO HOSPITAL
DONA ESTEFÂNIA

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ANAFILAXIA NUM SERVIÇO DE URGÊNCIA PEDIÁTRICO – EXPERIÊNCIA DE 5 ANOS

Tânia Gonçalves, Sónia Rosa, Paula Leiria Pinto

Serviço de Imunoalergologia, Hospital de Dona Estefânia, Centro Hospitalar e Universitário de Lisboa Central, EPE, Lisboa

Apresentação sob a forma de póster na 39º Reunião Anual da SPAIC, Figueira da Foz, 28 a 30 de setembro de 2018

Resumo:
Introdução: A anafilaxia é uma reação de hipersensibilidade sistémica grave, cuja prevalência tem vindo a aumentar, sobretudo em idade pediátrica, sendo a sua caracterização essencial para uma melhor orientação diagnóstica e terapêutica.
Objectivos: Caracterizar as manifestações clínicas, etiologia, abordagem e orientação terapêutica dos doentes admitidos no Serviço de Urgência com o diagnóstico de anafilaxia e determinar a concordância entre o diagnóstico suspeitado no serviço de urgência e o diagnóstico final após investigação em consulta de Imunoalergologia.
Métodos: Estudo retrospectivo efectuado através da análise dos processos clínicos dos doentes com o diagnóstico de anafilaxia, com base nos vários códigos ICD9, que recorreram ao Serviço de Urgência entre 2012 e 2017.
Resultados e Conclusões: Registaram-se 32 episódios de anafilaxia, correspondendo a 24 crianças, com idade média de 8,8 ± 5,4 anos, sendo 71% do sexo masculino. Em 20,8% dos doentes verificou-se mais de 1 recurso ao SU por anafilaxia. Relativamente aos antecedentes pessoais constatámos que 79,2% das crianças tinham doença alérgica, sendo a asma e a rinite alérgica as mais frequentes. Nas manifestações clínicas verificou-se envolvimento cutâneo em 91,7% dos casos, respiratório em 75%, gastrointestinal em 29,2% e cardiovascular em 16,7 %. Em relação à etiologia, suspeitou-se de alergia alimentar em 11 casos, de alergia a fármacos em 8 doentes, 1 criança teve anafilaxia induzida pelo frio e em 4 doentes não se encontrou causa óbvia. Não foi administrada adrenalina em 4 doentes. A maioria das crianças (91,7%) teve alta medicada com anti-histamínico, 58,3% com caneta autoinjetora de adrenalina e 33,3% com corticoide oral. Houve referenciação à consulta de Imunoalergologia de 16 crianças, tendo sido possível excluir o diagnóstico de anafilaxia em 3 casos. Foram identificados os alimentos responsáveis em 7 doentes, o frio como causa dos sintomas num doente e em 4 doentes encontraram-se alternativas terapêuticas. A causa mais frequente de anafilaxia foi a alergia alimentar. A referenciação a uma consulta de Imunoalergologia é fundamental porque não só permitiu a exclusão do diagnóstico de anafilaxia, que poderia levar a evicções e tratamentos desnecessários, como permitiu a identificação correta da causa, encontrar fármacos alternativos e optimização do esquema de actuação em crise

Palavras Chave: anafilaxia, serviço de urgência