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2023

ANUÁRIO DO HOSPITAL
DONA ESTEFÂNIA

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ACIDENTE VASCULAR CEREBRAL EM ADOLESCENTES - UMA REALIDADE

António Bento Guerra1; Mariana Miranda1; Vera Domingos Almeida1; Susana Gomes1; Rita Silva2

1- Serviço de Pediatria, Departamento da Saúde da Mulher e da Criança, Hospital do Espírito Santo de Évora
2- Serviço de Neurologia Pediátrica, Área da Mulher, Adolescente e Criança, Hospital Dona Estefânia, Centro Hospitalar Universitário de Lisboa Central, Lisboa

- 19º Congresso Nacional de Pediatria. Estoril, 24-26 Outubro 2018 (poster)

Introdução / Descrição do Caso O acidente vascular cerebral (AVC) é uma patologia rara em pediatria. A dificuldade na interpretação dos sintomas conduz muitas vezes a atraso no diagnóstico, consequente início de tratamento e importante morbilidade. Descrevem-se 2 casos clínicos de AVC isquémico em adolescentes do género masculino, de 16 e 15 anos, sem antecedentes pessoais ou familiares relevantes. Recorreram ao Serviço de Urgência por hemiparesia direita e disartria com cerca de 6 horas de evolução, limitando as opções terapêuticas de fase aguda. À admissão apresentavam ainda alterações da mimica facial e dos reflexos cutâneo-plantares. Na investigação inicial destacou-se ligeiro aumento do tempo de protrombina e do fibrinogénio e TC de crânio sem alterações. A RM encefálica, na difusão, mostrou lesão isquémica aguda na região lenticulo-capsulo-radiária esquerda e na região protuberancial esquerda, respetivamente. A investigação etiológica, incluindo avaliação cardiológica, eco-doppler cervical e estudo protrombótico, foi negativa nos 2 adolescentes, salientando-se apenas anticorpos antinucleares positivos num deles. Ambos iniciaram prevenção secundária com ácido acetilsalicílico em dose antiagregante e posteriormente fisioterapia. Apenas um dos adolescentes, com menor tempo de evolução, apresenta ainda hemiparesia direita de predomínio braquial, com melhoria gradual dos restantes défices neurológicos. Os 2 mantém seguimento em consulta de Neurologia e Medicina Física e Reabilitação.
Comentários / Conclusões Pretende-se alertar e sensibilizar os profissionais de saúde para o reconhecimento precoce do AVC pediátrico. Uma intervenção dirigida e em tempo útil pode reduzir as potenciais sequelas desta patologia. Destaca-se também a necessidade de campanhas de divulgação junto da população.

Palavras Chave: AVC isquémico; adolescentes