1 - Unidade de Infecciologia, Área da Pediatria Médica, Hospital Dona Estefânia, Centro Hospitalar de Lisboa Central, Lisboa
2 - Unidade de Infecciologia, Área da Pediatria Médica, Hospital Dona Estefânia, Centro Hospitalar de Lisboa Central, Lisboa
3 - Unidade de Infecciologia, Área da Pediatria Médica, Hospital Dona Estefânia, Centro Hospitalar de Lisboa Central, Lisboa
4 - Unidade de Doenças Metabólicas, Área da Pediatria Médica, Hospital Dona Estefânia, Centro Hospitalar de Lisboa Central, Lisboa
5 - Unidade de Infecciologia, Área da Pediatria Médica, Hospital Dona Estefânia, Centro Hospitalar de Lisboa Central, Lisboa
- 18º Congresso Nacional de Pediatria, Sociedade Portuguesa de Pediatria; Poster com Discussão
Resumo:
Introdução:A meningite neonatal continua a ser uma importante causa de morbilidade e mortalidade, sendo a E. coli uma das principais etiologias. Os factores de risco associados a mau prognóstico estão relacionados com factores de virulência do agente e a factores do hospedeiro, não completamente conhecidos. Descrevemos um caso de meningite neonatal a E. coli associada a doença metabólica.
Relato de caso:Recém-nascido filho de pais não consanguíneos, gestação vigiada de termo, parto eutócico, internado em D6 de vida por febre, hipotonia e má progressão ponderal. Analiticamente destacava-se leucócitos 8600/µL, PCR 40,5 mg/L, líquor com incontáveis leucócitos com predomínio de neutrófilos, proteínas 475 mg/dL, glicose <1g/dL. No exame cultural do líquor foi identificado E. coli. Foi medicado inicialmente com cefotaxime e ampicilina que posteriormente suspendeu e iniciou gentamicina. Manteve-se sempre apirético com normalização dos parâmetros inflamatórios. Por persistência da hipoglicorráquia, sinais ecográficos sugestivos de ventriculite e focos piogénicos na ressonância magnética nuclear, foi decidido prolongar terapêutica antibiótica até 28 dias. Em D13 de vida, é recebida informação do Programa Nacional de Diagnóstico Precoce de acidúria metilmalónica por défice de metilmalonilCoAmutase. Registou-se hiperlactacidémia máxima de 7,9 mmol/L sem acidose metabólica ou hiperamoniémia significativas. Iniciou dieta com restrição proteica, L-carnitina e hidroxicobalamina, com redução progressiva de ácido metilmalónico.
Conclusões: Apesar da ausência de descompensação metabólica importante da acidúria metilmalónica, os autores conjeturam se a doença metabólica terá condicionado a evolução piogénica da meningite por E. coli.
Palavras Chave: acidúria metilmalónica, E. coli, meningite, neonatal, sépsis