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2023

ANUÁRIO DO HOSPITAL
DONA ESTEFÂNIA

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LESÕES HIPERINTENSAS EM T2 NA REGIÃO CENTRAL DO TÉGMEN PROTUBERANCIAL EM IDADE PEDIÁTRICA: CORRELAÇÃO CLÍNICO-RADIOLÓGICA

Paulo Sousa1, Jaime Pamplona2, Carla Conceição2.

1 - Serviço de Neuropediatria, Hospital Dona Estefânia, Centro Hospitalar Lisboa Central, E.P.E.;
2 - Serviço de Neurorradiologia/Radiologia, Hospital Dona Estefânia, Centro Hospitalar Lisboa Central, E.P.E.

- VIII Congresso Português de Neurorradiologia, 25 e 26 de Maio 2012, Porto (comunicação oral).

Introdução e Objectivos: Lesões hiperintensas em T2 e simétricas da região central do tégmen da protuberância, mais propriamente do feixe central da calote (FCC), têm sido descritas por RM em várias situações clínicas. O significado clínico associado a essas alterações é actualmente discutido, sendo contraditórios os resultados de alguns trabalhos recentemente publicados. Nesse contexto, o objectivo do nosso trabalho é a caracterização clínico-radiológica de um grupo de doentes, em que foram descritas estas lesões hiperintensas da região central do tégmen em estudo de RM.

Material e Métodos: Foi efectuada uma análise retrospectiva descritiva de uma série de casos com lesões hiperintensas em T2 em mais de 2 cortes axiais de RM, do FCC, entre Março de 2008 e Dezembro de 2011. As variáveis analisadas foram: sexo, idade de realização do exame, antecedentes pessoais relevantes, exame neurológico, diagnóstico, terapêutica e caracterização imagiológica.

Resultados: As lesões hiperintensas em T2 foram encontradas em 18 crianças, 9 (50%) do sexo masculino. O pedido de estudo imagiológico foi feito no contexto de múltiplas situações clínicas, maioritariamente para estudo de atraso do desenvolvimento psico-motor. Clinicamente, 8 (44%) crianças apresentavam o diagnóstico de atraso global do desenvolvimento psico-motor, 4 (22%) com alteração do tónus e 6 (33%) sem alterações ao exame neurológico. A avaliação imagiológica foi efectuada em média aos 22 meses, as lesões parenquimatosas encontradas associadas à lesão T2 hiperintensa do FCC foram: nenhuma (n=5); alterações do corpo caloso (n=4); atraso de mielinização (n=2); lesão parenquimatosa isquémica sequelar (n=2); hipersinal dos núcleos da base (n=2). Em todos os casos o hipersinal do FCC era traduzido nas imagens DWI.

Discussão: Na nossa série a alteração de sinal do FCC, ocorreu em várias situações clínicas, sendo mais frequente em crianças com alterações neurológicas. A ocorrência destas alterações em crianças sem alterações ao exame neurológico e a falta de comparação com um grupo controlo compromete o valor nosológico deste achado.

Palavras-chave: feixe central da calote; lesão; RM; pediatria; hipersinal T2.