Unidade de Neurocirurgia Pediátrica, Hospital de Dona Estefânia. Centro Hospitalar de Lisboa Central EPE
- Comunicação oral apresentada no Congresso Neuro 2017, 1 a 3 de junho 2017, Funchal
Introdução: As infeções intracranianas são relativamente raras em crianças, podendo no entanto apresentar consequências clínicas nefastas. O objetivo deste trabalho foi determinar as características clínicas, fatores predisponentes, agentes etiológicos, tratamento e outcome de uma série de doentes tratados na nossa instituição.
Métodos: Análise dos registos clínicos de todos os casos de doentes com o diagnóstico de infeção intracraniana (abcesso/empiema) em doentes com idade inferior a 18 anos tratados na Unidade de Neurocirurgia Pediátrica do Hospital Dona Estefânia entre dezembro de 2007 e dezembro de 2016.
Resultados: Foram incluídas 12 crianças, com idades compreendidas entre um mês e 15 anos, com os diagnósticos de abcesso ou empiema intracraniano. Os fatores predisponentes identificados foram sinusopatia, procedimentos neurocirúrgicos prévios (colocação de sistema de derivação ventrículo-peritoneal), doença cardíaca congénita e síndromes de imunodeficiência. Em dois doentes foram identificadas lesões múltiplas. Foi realizado tratamento cirúrgico em nove doentes e em três o tratamento foi exclusivamente antibioterapia. Foi identificado agente etiológico em sete casos, sendo o mais frequente a bactéria do género streptococcus. As complicações associadas mais frequentes foram epilepsia, trombose dos seios venosos e isquémia cerebral.
Conclusões: As infeções intracranianas são potencialmente graves e devem ser precocemente diagnosticadas e tratadas. A identificação de fatores de risco é crucial na prevenção e deteção precoce nestes doentes.
Palavras-chave: infeções SNC, abscesso cerebral, empiema subdural