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2023

ANUÁRIO DO HOSPITAL
DONA ESTEFÂNIA

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INFEÇÕES INTRACRANIANAS NA POPULAÇÃO PEDIÁTRICA

Dalila Forte, Luís Cardoso, Gonçalo Januário, Ricardo Nogueira, Miguel Correia, Amets Sagarribay, Mário Matos

Unidade de Neurocirurgia Pediátrica, Hospital de Dona Estefânia. Centro Hospitalar de Lisboa Central EPE

- Comunicação oral apresentada no Congresso Neuro 2017, 1 a 3 de junho 2017, Funchal

Introdução: As infeções intracranianas são relativamente raras em crianças, podendo no entanto apresentar consequências clínicas nefastas. O objetivo deste trabalho foi determinar as características clínicas, fatores predisponentes, agentes etiológicos, tratamento e outcome de uma série de doentes tratados na nossa instituição.
Métodos: Análise dos registos clínicos de todos os casos de doentes com o diagnóstico de infeção intracraniana (abcesso/empiema) em doentes com idade inferior a 18 anos tratados na Unidade de Neurocirurgia Pediátrica do Hospital Dona Estefânia entre dezembro de 2007 e dezembro de 2016. 
Resultados: Foram incluídas 12 crianças, com idades compreendidas entre um mês e 15 anos, com os diagnósticos de abcesso ou empiema intracraniano. Os fatores predisponentes identificados foram sinusopatia, procedimentos neurocirúrgicos prévios (colocação de sistema de derivação ventrículo-peritoneal), doença cardíaca congénita e síndromes de imunodeficiência. Em dois doentes foram identificadas lesões múltiplas. Foi realizado tratamento cirúrgico em nove doentes e em três o tratamento foi exclusivamente antibioterapia. Foi identificado agente etiológico em sete casos, sendo o mais frequente a bactéria do género streptococcus. As complicações associadas mais frequentes foram epilepsia, trombose dos seios venosos e isquémia cerebral.
Conclusões: As infeções intracranianas são potencialmente graves e devem ser precocemente diagnosticadas e tratadas. A identificação de fatores de risco é crucial na prevenção e deteção precoce nestes doentes.

Palavras-chave: infeções SNC, abscesso cerebral, empiema subdural