1Serviço de Imunoalergologia, Hospital Dona Estefânia, Centro Hospitalar Lisboa Central, Lisboa, Portugal
2CEDOC, Integrated Pathophysiological Mechanisms Research Group, Nova Medical School, Lisboa, Portugal
- 38ª Reunião Anual da Sociedade Portuguesa de Alergologia e Imunologia Clínica, Figueira da Foz, 6 a 8 de Outubro de 2017
- Apresentação sob a forma de poster; publicação de resumo
- Reunião Nacional
Resumo:
Introdução: Os dados relativamente à imunoterapia com veneno de himenópteros (IVH) são escassos na população pediátrica.
Objetivos: Avaliar a segurança e eficácia da IVH num grupo de doentes pediátricos submetidos a este procedimento, num Serviço de Imunoalergologia.
Material e Métodos: Análise retrospectiva, relativa a um período de oito anos (1999 a 2016). Foram avaliados dados demográficos, atopia, comorbilidades, protocolo IVH utilizado e a sua segurança e eficácia.
Resultados: Foram incluídos 9 doentes (3 do sexo feminino); Mediana de idades de 12 anos (6-14 anos). Todos os doentes apresentaram reacções sistémicas graves (6 reacção de grau III e 3 de grau IV, de acordo com a classificação de Mueller); 4 estavam sensibilizados a aeroalergénios e 3 tinham rinite alérgica; As IgE específicas para Apis mellifera (Api),Vespula vulgaris e Polistes dominulus (Pol) foram positivas em 8, 6 e 3 crianças, respectivamente. Os testes cutâneos para venenos de abelha e vespa foram positivos em 8 e 1 doentes, respectivamente. Oito doentes foram submetidos a imunoterapia com veneno de abelha (3 com protocolo rápido e 5 com protocolo ultra-rápido) e 1doente foi submetido a imunoterapia com veneno de Polistes (protocolo ultra-rápido)). Cinco dos 8 doentes submetidos a imunoterapia com veneno de abelha terminaram o seu tratamento (duração de IVH variou entre 4 e 11 anos); Nos restantes, o processo está em curso. Durante a fase de indução, 2 doentes submetidos ao protocolo rápido apresentaram reacções adversas (1 broncoespasmo e outro reacção local extensa) e 1 doente submetido ao protocolo ultra-rápido teve sintomas de rinite. Todos atingiram a dose cumulativa de 100ug. Durante a fase de manutenção, 2 doentes apresentaram reacção local extensa e um apresentou sintomas de rinite. Sete doentes foram re-picados durante a fase de manutenção e apenas um desenvolveu urticária generalizada e broncoespasmo, o que levou a um aumento da dose de manutenção para 200μg. Após o término da IVH, 2 doentes foram re-picados sem reacções sistémicas associadas.
Conclusões: Embora a nossa amostra seja pequena, estes resultados mostraram que a IVH numa população pediátrica é segura e pode prevenir a ocorrência de reacções sistémicas após subsequentes repicadas.
Palavras Chave: Alergia a veneno de himenópteros, imunoterapia