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2023

ANUÁRIO DO HOSPITAL
DONA ESTEFÂNIA

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IMUNOTERAPIA COM VENENO DE HIMENÓPTEROS NUMA POPULAÇÃO PEDIÁTRICA

Ana Castro Neves1, Cátia Alves1, Sónia Rosa1, Sara Prates1, Paula Leiria Pinto1,2

1Serviço de Imunoalergologia, Hospital Dona Estefânia, Centro Hospitalar Lisboa Central, Lisboa, Portugal
2CEDOC, Integrated Pathophysiological Mechanisms Research Group, Nova Medical School, Lisboa, Portugal

- 38ª Reunião Anual da Sociedade Portuguesa de Alergologia e Imunologia Clínica, Figueira da Foz, 6 a 8 de Outubro de 2017
- Apresentação sob a forma de poster; publicação de resumo
- Reunião Nacional

Resumo:
Introdução: Os dados relativamente à imunoterapia com veneno de himenópteros (IVH) são escassos na população pediátrica.
Objetivos: Avaliar a segurança e eficácia da IVH num grupo de doentes pediátricos submetidos a este procedimento, num Serviço de Imunoalergologia.
Material e Métodos: Análise retrospectiva, relativa a um período de oito anos (1999 a 2016). Foram avaliados dados demográficos, atopia, comorbilidades, protocolo IVH utilizado e a sua segurança e eficácia.
Resultados: Foram incluídos 9 doentes (3 do sexo feminino); Mediana de idades de 12 anos (6-14 anos). Todos os doentes apresentaram reacções sistémicas graves (6 reacção de grau III e 3 de grau IV, de acordo com a classificação de Mueller); 4 estavam sensibilizados a aeroalergénios e 3 tinham rinite alérgica; As IgE específicas para Apis mellifera (Api),Vespula vulgaris e Polistes dominulus (Pol) foram positivas em 8, 6 e 3 crianças, respectivamente. Os testes cutâneos para venenos de abelha e vespa foram positivos em 8 e 1 doentes, respectivamente. Oito doentes foram submetidos a imunoterapia com veneno de abelha (3 com protocolo rápido e 5 com protocolo ultra-rápido) e 1doente foi submetido a imunoterapia com veneno de Polistes (protocolo ultra-rápido)). Cinco dos 8 doentes submetidos a imunoterapia com veneno de abelha terminaram o seu tratamento (duração de IVH variou entre 4 e 11 anos); Nos restantes, o processo está em curso. Durante a fase de indução, 2 doentes submetidos ao protocolo rápido apresentaram reacções adversas (1 broncoespasmo e outro reacção local extensa) e 1 doente submetido ao protocolo ultra-rápido teve sintomas de rinite. Todos atingiram a dose cumulativa de 100ug. Durante a fase de manutenção, 2 doentes apresentaram reacção local extensa e um apresentou sintomas de rinite. Sete doentes foram re-picados durante a fase de manutenção e apenas um desenvolveu urticária generalizada e broncoespasmo, o que levou a um aumento da dose de manutenção para 200μg. Após o término da IVH, 2 doentes foram re-picados sem reacções sistémicas associadas.
Conclusões: Embora a nossa amostra seja pequena, estes resultados mostraram que a IVH numa população pediátrica é segura e pode prevenir a ocorrência de reacções sistémicas após subsequentes repicadas.

Palavras Chave: Alergia a veneno de himenópteros, imunoterapia