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2023

ANUÁRIO DO HOSPITAL
DONA ESTEFÂNIA

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DUPLICAÇÃO TUBULAR COLO-RECTAL – CASO CLÍNICO

Sofia Morão1, Catarina Ladeira1, Maria Knoblich1, Pedro Paulo Mendes2, Rui Alves1, João Pascoal1

1 - Cirurgia Pediátrica, Área da Mulher, Criança e Adolescente, Hospital Dona Estefânia, Centro Hospitalar Lisboa Central, Lisboa
2 - Radiologia, Área de Diagnóstico por Imagem, Hospital Dona Estefânia, Centro Hospitalar Lisboa Central, Lisboa

- Poster apresentado no Congresso Multiprofissional do Hospital Dona Estefânia 140 anos, Lisboa, 28 e 29 de Setembro de 2017

Introdução: As duplicações cólicas representam 6 a 15% de todas as duplicações do tubo digestivo; as tubulares são menos frequentes que as císticas e, quando muito longas ou totais, podem estar associadas a outras duplicações do sistema genitourinário, como é o caso.
Caso Clínico: Lactente com 6 meses de idade, com diagnóstico pré-natal de artéria umbilical única e suspeita de hipoplasia renal direita, com 4 episódios de pielonefrite aguda nos primeiros 3 meses de vida. Por suspeita de prolapso rectal, foi encaminhada para consulta de Cirurgia Pediátrica, onde se documentou esforço ao evacuar, com dilatação anal exuberante e abaulamento da parede rectal direita por massa, excluindo-se o prolapso. Concomitantemente, foi observada em consulta de Urologia e juntamente com exames radiológicos (Ecografias abdominal, renal e pélvica, Renograma MAG3, Uro-Tomografia computorizada, Ressonância magnética abdomino-pélvica, Cistografia miccional retrógrada e Clister opaco) foi diagnosticado: rim direito hipoplásico (20% função) e rim esquerdo vicariante, megauretero refluxivo bilateral, duplicação do cólon e recto e atrésia vaginal. Assim, foram realizadas duas cirurgias aos 4 meses de vida: re-implantação ureteral bilateral pela técnica de Cohen e laparotomia exploradora com identificação de duplicação tubular do cólon ascendente até ao recto, tendo sido feita ressecção do cólon e da duplicação desde o recto até ao ângulo esplénico e, a partir daí, secção de parede comum do transverso até ao ascendente, fazendo comunicar os dois lúmens, seguida de anastomose colo-anal tipo Swenson. Sem intercorrências no intra ou pós-operatório, na consulta de seguimento mais recente (3 meses pós-operatório) apresentava boa progressão ponderal, mas ainda com frequência aumentada das dejecções diárias.
Conclusão: O tratamento das duplicações intestinais consiste na sua ressecção e, neste caso, isso poderia significar colectomia total; no entanto, a divisão do septo comum permitiu preservar cólon, aumentando a possibilidade de trânsito intestinal normal a médio prazo.

Palavras-chave: duplicação colo-rectal; malformações genito-urinárias; cirurgia