Unidade de Infecciologia; Área de Pediatria Médica; Hospital de Dona Estefânia; Centro Hospitalar de Lisboa Central; Lisboa; Portugal.
Acta Pediatr Port 2017;48:290-1
Resumo: A forma mais grave é causada pela Neisseria gonorrhoeae que pode cursar com úlcera. Até ao início do seculo XXI, nos Estados Unidos e na Europa, a profilaxia da conjuntivite neonatal era consensual para todos os recém-nascidos, embora com diferentes fármacos, dependendo do país em questão. e perfuração de córnea levando à cegueira ou meningite. Com a diminuição da incidência da doença em países desenvolvidos, a profilaxia tem sido questionada. Atualmente não é universal e, quando aconselhada, o fármaco a utilizar também varia. Em Portugal, não existem dados nacionais de clamidose na grávida, na criança ou no rastreio das DST. No que respeita à infeção gonocócica subentende-se que a conjuntvite neonatal, embora grave, é rara, e este facto tem condicionado o abandono progressivo da profilaxia ao recém-nascido e a sua ausência na maioria dos centros nacionais, à semelhança do que acontece em países considerados desenvolvidos. Qual será então a realidade no nosso país? Existirá, como em outras doenças, uma subnotifcação? Sabendo que existem grupos de risco e bolsas de população imigrante de países com signifcativa prevalência da doença gonocócica, e atendendo às complicações graves, não seria lícito manter a proflaxia em determinadas situações? Infeção gonocócica, uma doença vencida ou uma doença esquecida? Seria pertinente a realização de um estudo nacional no sentido de aferir dados reais de incidência, identificar grupos de risco e protocolar atitudes? Ou ficar à espera de novos casos de velhas doenças?
Palavras Chave: Conjuntvite Bacteriana/prevenção e controlo; Doenças Bacterianas Sexualmente Transmissíveis; Gonorreia; Infeções por Chlamydia; Ofalmia Neonatal/prevenção e controlo; Recém-Nascido