1 - Unidade de Imunodeficiências Primárias, Hospital Dona Estefânia, Centro Hospitalar de Lisboa Central, E.P.E.;
2 - Hospital de Dia, Hospital Dona Estefânia, Centro Hospitalar de Lisboa Central, E.P.E.;
3 - Unidade de Reumatologia, Hospital Dona Estefânia, Centro Hospitalar de Lisboa Central, E.P.E.
- 13º Congresso Nacional de Pediatria 2012 (Poster).
Introdução: A administração de imunoglobulina (Ig) pode ser efectuada no domicílio por via subcutânea, com periodicidade semanal, através do uso de uma bomba de infusão portátil. Este método é já usado há alguns anos em vários países. Constitui uma via cómoda e muito segura de administração terapêutica.
Objectivos: Comparar e avaliar a eficácia, segurança e qualidade de vida dos doentes com imunodeficiência primária e patologia reumatológica que realizavam terapêutica de substituição com Ig endovenosa e que alteraram para terapêutica subcutânea no Hospital Dona Estefânia, ao longo de um ano.
Material e métodos: Estudo retrospectivo e descritivo dos doentes com imunodeficiência primária e patologia reumatológica seguidos na Unidade de IDP do HDE que iniciaram terapêutica com Ig subcutânea durante o último ano (desde Julho 2011). Procedeu-se à consulta dos processos clínicos dos doentes. Foi realizado um questionário aos doentes e às famílias para avaliar o grau de aceitação e de satisfação com o tratamento.
Resultados: Foram incluídos nove doentes, dois do sexo feminino, sendo a mediana de idades 11,5 anos. Os principais diagnósticos foram imunodeficiência comum variável, agamaglobulinémia e imunodeficiência combinada. Dois doentes realizavam Ig como terapêutica imunomodeladora. A maioria realizava terapêutica de três em três semanas no hospital, tendo o tratamento uma duração média de sete horas. A mediana de IgG plasmática sob terapêutica com Ig endovenosa foi de 10,5 mg/L. Nos doentes que mantiveram a mesma dose de Ig a mediana de IgG foi de 11,0 mg/L. Um doente fazia episódios urticariformes e cefaleias com o tratamento endovenoso, necessitando de pré-medicação. Todos tiveram reacções ligeiras locais no início de terapêutica subcutânea, que desapareceram após algumas semanas. Não houve infecções graves em nenhum doente ao longo deste período. Todos os doentes e as respectivas famílias referiram uma boa aceitação ao ensino da técnica e uma melhoria na qualidade de vida.
Conclusão: Apesar de ser apenas um ano de experiência, tal com descrito na literatura, a terapêutica com Ig subcutânea permitiu boas concentrações plasmáticas de IgG, mesmo naqueles que efectuam terapêutica com dose imunomoduladora. De realçar a melhoria da qualidade de vida destas famílias e a redução de custos.
Palavras-chave: imunoglobulina subcutânea, experiência, criança.