Unidade de Infecciologia Pediátrica, Área da Mulher, Criança e Adolescente, Hospital Dona Estefânia, Centro Hospitalar Lisboa Central, EPE, Lisboa
- Reunião nacional – 17º Congresso Nacional de Pediatria
- Publicação sob a forma de resumo
- Publicação sob forma integral – E-poster
Resumo:
Introdução: A sacroileíte infecciosa é rara nas crianças pequenas, correspondendo a menos de 2% das infecções osteoarticulares na idade dos 6-36 meses.
Descrição do caso: Lactente do sexo masculino, 13 meses, com febre (máx. 39ºC), irritabilidade, recusa em gatinhar e intolerância à carga sobre o membro inferior esquerdo com 2 dias de evolução. Quadro de coriza prévio, sem outro contexto epidemiológico de doença. À observação, flexão antálgica do membro inferior esquerdo em ortostatismo e defesa à mobilização passiva da anca esquerda, reflexos osteotendinosos normais. Sem alterações nas radiografias da bacia e abdómen e ecografia das ancas. Analiticamente leucocitose de 22.000/mL (60% neutrófilos) e PCR 139 mg/L sem outras alterações, hemocultura negativa. A RMN da coluna lombossagrada e região pélvica evidenciou sacroileíte esquerda, com derrame e miosite difusa dos músculos psoas ilíaco, piriforme, pequeno e médio glúteos. Zaragatoa da orofaringe para pesquisa de K. kingae positiva. Cumpriu 8 dias de antibioterapia endovenosa com cefuroxime e clindamicina mais 3 semanas de antibioterapia oral com cefuroxime após a alta, com resolução completa das queixas.
Comentários / Conclusões: A sacroileíte é difícil de diagnosticar sobretudo nas crianças pequenas, sendo a RMN fundamental. Neste caso não foi possível o isolamento definitivo do agente, uma vez que a positividade da zaragatoa da orofaringe apesar de sugestiva, não confirma o diagnóstico. Contudo, o grupo etário e a evolução rápida e favorável sugerem infecção por K. kingae.
Palavras Chave: Recusa na marcha, Sacroileíte, Infecções osteoarticulares, Kingella kingae