1. Unidade de Infecciologia, Hospital de Dona Estefânia, Centro Hospitalar de Lisboa Central, EPE, Lisboa;
2. Unidade de Oftalmologia, Hospital de Dona Estefânia, Centro Hospitalar de Lisboa Central, EPE, Lisboa
- 2º Congresso da Área de Pediatria Médica 2016, 23-25/6/2016, Lisboa (Poster)
Introdução: A infeção herpética neonatal é uma doença grave caracterizada por envolvimento mucocutâneo, disseminado e/ou do sistema nervoso central (SNC). Em 85% dos casos a transmissão ocorre no periparto. A morbi-mortalidade permanece elevada, pelo que o reconhecimento e terapêutica atempados são de extrema importância.
Descrição do caso: Lactente de termo, com 1 mês de vida, que apresenta ao 10º dia exsudado e opacidade corneana unilaterais, sem melhoria com antibioterapia tópica. Pelo agravamento progressivo da lesão ocular é internada. A mãe negava leucorreia ou lesões genitais e a gravidez tinha decorrido sem intercorrências. Foi amplificado por polimerase chain reaction (PCR) DNA do vírus herpes simplex do tipo 2 (HSV–2) no exsudado ocular. Foram excluídas outra infeções. Realizou punção lombar (PL) compatível com meningite viral com PCR positiva no líquor, sem virémia ou outra focalização. Foi tratada com Aciclovir endovenoso durante 21 dias. Manteve terapêutica oral supressiva com Aciclovir. Após 4 meses mantinha boa evolução clínica.
Discussão: A avaliação da infeção herpética mucocutânea possibilitou o reconhecimento de infeção subclínica do SNC, determinante para estabelecer prognóstico e duração terapêutica. Neste caso discute-se a abordagem evolutiva nomeadamente, as indicações para repetir PL e indicação de manter terapêutica antivírica profilática, uma vez que esta última parece estar associada a um melhor prognóstico a longo prazo.
Palavras-chave: herpes neonatal, herpes simplex vírus tipo 2, queratite, meningite, recém-nascido