1 - Unidade de Infecciologia, Área de Pediatria Médica, Hospital de Dona Estefânia, Centro Hospitalar Lisboa Central, EPE. Lisboa, Portugal.
2 – Serviço de Otorrinolaringologia, Hospital de Dona Estefânia, Centro Hospitalar Lisboa Central, EPE. Lisboa, Portugal.
Apresentado em reunião de serviço em Agosto 2016
Introdução: Os abcessos faríngeos são coleções purulentas polimicrobianas, colectadas nos espaços cervicais virtuais delimitados por fascias. Habitualmente resultam da extensão de infeções das vias aéreas superiores (principalmente orofaringe) e glândulas salivares para os gânglios linfáticos dos espaços cervicais profundos, evoluindo em três estadios: celulite, fleimão e abcesso. Apesar de cada vez menos frequentes, são potencialmente graves uma vez que estes espaços são contíguos e apresentam baixa resistência à infeção, pelo que a disseminação e envolvimento de estruturas vitais do pescoço são comuns. A maioria tem etiologia polimicrobiana sendo os agentes mais frequentes Streptococcus pyogenes, Streptococcus viridans, Staphylococcus aureus e anaeróbios (Fusobacteria, Prevotella e Veillonella). Mediante a sua localização classificam-se em: abcessos periamigdalinos (os mais frequentes, sobretudo no adolescente), retrofaríngeos e parafaríngeos.
Objectivos: No presente protocolo é feita uma sucinta revisão, nomeadamente no que concerne definições, fisiopatologia, epidemiologia, manifestações clínicas, diagnóstico, tratamento e complicações. Tem como objectivo principal orientar a abordagem diagnóstica e terapêutica, sobretudo no Serviço de Urgência, de acordo com a literatura mais recente e em colaboração com o serviço de ORL.
Palavras-chave: abcesso periamigdalino, abcesso retrofaríngeo, abcesso parafaríngeo