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2023

ANUÁRIO DO HOSPITAL
DONA ESTEFÂNIA

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HEMOPTISES: NEM SEMPRE O MAIS FREQUENTE

João Brissos1, Djamila Neves1, José Diogo Martins2, Fátima Pinto2, Ana Casimiro1, José Oliveira Santos1.

1 - Unidade de Pneumologia, Hospital de Dona Estefânia, Centro Hospitalar de Lisboa Central, E.P.E.;
2 - Serviço de Cardiologia Pediátrica, Hospital de Santa Marta, Centro Hospitalar de Lisboa Central, E.P.E.

- Sala Preta do HDE, 25 de Setembro de 2012 (Apresentação).

A hemoptise é rara na criança, no entanto pode apresentar-se como uma emergência respiratória ou como manifestação de patologia potencialmente grave. Define-se como a expulsão de sangue pela boca acompanhada de tosse ou presença de sangue na expectoração, proveniente das vias aéreas inferiores. Uma vez que a criança tende a deglutir a expectoração, torna-se dificil o seu diagnóstico, não sendo possivel classificar a sua gravidade mediante o volume de sangue emitido como acontece na abordagem em adultos. A infecção respiratória, a aspiração de corpo estranho e a cardiopatia congénita são as etiologias mais frequentes. As bronquiectasias, em especial na criança com fibrose quística, são uma importante causa de hemoptises. Outras etiologias, como a hemorragia associada a trauma, hemossiderose pulmonar, coagulopatias ou sindromes imunológicos são também de considerar.
Para além de uma história clínica detalhada e de um exame físico pormenorizado, os exames auxiliares de diagnóstico como a radiografia de tórax, a tomografia computorizada e a broncoscopia são determinantes para definir a causa.
A terapêutica baseia-se no conhecimento da causa e da gravidade da situação. Na sua maioria, o controlo das hemoptises consegue-se apenas com terapêutica conservadora. Contudo, poderá ser necessário o recurso a outras modalidades terapêuticas, nomeadamente intervenção endoscópica.
Apresentamos um caso clínico em que se percorre a linha diagnóstica perante uma situação de hemoptise e no qual toda a abordagem atrás descrita teve de ser ampliada. Outras técnicas de diagnóstico e de intervenção terapêutica surgiram na resolução do caso, realçando a importância da cooperação profissional e do trabalho multidisciplinar.

Palavras-chave: hemoptise, criança.