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2023

ANUÁRIO DO HOSPITAL
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POLEGAR EM GATILHO EM IDADE PEDIÁTRICA – QUAL A MELHOR ABORDAGEM? EXPERIÊNCIA DE UM SERVIÇO DE REABILITAÇÃO PEDIÁTRICA

João Monsanto(1) , Afonso Pegado(2), Rita Francisco(3), Maria José Costa(4)

1- Medicina Física e de Reabilitação /HSFXavier /CHLO,EPE
2- Medicina Física e de Reabilitação /H.S.José/ Área Musculo-Esquelética/ CHLC,EPE
3- Medicina Física e de Reabilitação, AMCA, H.D.Estefânia, Centro Hospitalar de Lisboa Central, EPE
4- Medicina Física e de Reabilitação, AMCA, H.D.Estefânia, Centro Hospitalar de Lisboa Central, EPE

Sessão clínica do Serviço de MFR do HDE , 26/10/2016

Introdução e Objectivos: O polegar em gatilho em idade pediátrica é uma patologia única, com patofisiologia, progressão natural e abordagem clínica distintas da tenossinovite estenosante do adulto. Resulta de um mismatch entre o tamanho do tendão flexor longo do polegar e a correspondente polia A1, o que resulta num deslize anormal do tendão.  O tratamento ideal desta entidade é controverso e a maior parte da literatura é composta por pequenos estudos retrospectivos com follow-up limitado. Alguns autores recomendam a libertação cirúrgica precoce enquanto outros aconselham tratamento conservador com talas de extensão ou exercícios de alongamento.  Com este estudo, os autores pretenderam analisar durante quanto tempo deve ser realizado tratamento conservador nestas crianças e quais são os factores prognósticos que sugerem a necessidade de tratamento cirúrgico. 
Material e Métodos: Estudo retrospectivo de um Serviço de Reabilitação Pediátrica (2008-2016). Circunstâncias e factores analisados: idade da criança e gravidade inicial do polegar em gatilho, duração e tipo de tratamento conservador efectuado, factores prognósticos e consequências do adiamento do tratamento cirúrgico.
Resultados: 123 crianças analisadas. Idade média de diagnóstico foi de 27.7 meses (0-62). 25% eram bilaterais. Todas as crianças foram inicialmente tratadas conservadoramente. 62% não necessitaram de libertação cirúrgica, com tempo médio para atingir 0º de extensão do polegar sem gatilho de 2.9 meses. Não se verificou nenhum caso de agravamento da patologia com tratamento conservador. 69% das crianças com polegar em gatilho bilateral necessitaram de realizar tratamento cirúrgico.
Conclusões: A análise estatística demonstra que a bilateralidade e a gravidade inicial são importantes factores prognósticos que podem apontar para a recomendação de tratamento cirúrgico precoce. Verifica-se ainda que a idade de apresentação inicial não tem influência no resultado final a longo prazo. O tratamento conservador prolongado pode ser recomendado em algumas crianças sem risco de alterar o resultado pós cirúrgico, sendo por isso uma opção de tratamento adequada.

Palavras Chave: Polegar em Gatilho; Tratamento conservador; Pediatria.