Serviço de Ginecologia Obstetrícia, Hospital de Dona Estefânia, Centro Hospitalar Lisboa Central, E.P.E.
- Jornadas de Diagnóstico Pré-Natal, Nacional 2012 (poster).
Objectivos: A gonadotropina coriónica humana aumenta no início da gravidez, sendo constituída por subunidade αeß; esta última é homóloga da TSH.Logo, T3 e T4 livre aumentam ligeiramente e TSH diminui - hipertiroidismo transitório. A incidência do hipertiroidismo na gravidez é 0,1%-0,4%, sendo secundária à Doença de Graves em 95%. Tempestade tiroideia é uma das consequências mais graves. O hipertiroidismo está associado a pré-eclâmpsia, descolamentode placenta normalmente inserida (DPPNI), entre outros.
Material e Métodos: Descrevemos um caso de uma grávida com 39 anos com diagnóstico de Doença de Graves no início da gravidez.
Resultados: Grávida de 39 anos, IO 2012, enviada à consulta Materno-Fetal por idade materna. Na consulta, por IMC baixo e palpitações, foi pedida função tiroideia: TSH 0,07mU/mL; T4 livre 3,71ng/dL. Foi imediatamente enviada à Consulta de Endocrinologia, tendo-lhe sido diagnosticada Doença de Graves e concomitamenteDiabetes Gestacional. Foi medicada com propiltiouracilo e mantida em vigilância. A gravidez decorreu sem intercorrências, com normalização da função tiroideia. O parto ocorreu por via vaginal às 38 semanas, recém-nascido masculino, 2610g e índice de Apgar 10/10. A puérpera foi enviada para a Consulta de Endocrinologia.
Conclusões: A patologia tiroideia na gravidez deve ser rastreada baseada em indicações. Perante o diagnóstico de hipertiroidismo e da sua etiologia, a gravidez é de risco e pré-eclâmpsia, parto pré-termo e DPPNI devem estar presentes como possíveis complicações. Relativamente ao tratamento, considera-se: anti-tiroideus, ß-bloqueantes e cirurgia; iodo radioactivo está contraindicado. Vigilância e monitorização da função tiroideia são fulcrais para um desfecho positivo.
Palavras-chave: hipertiroidismo, tempestade tiroideia, Doença de Grave.