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2023

ANUÁRIO DO HOSPITAL
DONA ESTEFÂNIA

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“MENTES SORRIDENTES”- UMA PROPOSTA DE PROMOÇÃO DA SAÚDE MENTAL EM MEIO ESCOLAR

Cátia Almeida1, Dulce Gonçalves2, Sofia Gonçalves3, Mónica Pinto4

1Médica Interna, Especialidade de Pedopsiquiatria, Área da Mulher, Criança e Adolescente, Hospital de Dona Estefânia, Centro Hospitalar de Lisboa Central, EPE, Lisboa
2Docente de Educação Especial, Agrupamento de Escolas João Villaret, Loures
3Técnica Superior de Educação Especial e Reabilitação, Centro de Neurodesenvolvimento do Hospital Beatriz Ângelo, Loures
4Assistente Hospitalar de Pediatria do Desenvolvimento, Coordenadora do Centro de Neurodesenvolvimento do Hospital Beatriz Ângelo, Loures

- Comunicação em mesa redonda na 3ª Reunião do Centro de Neurodesenvolvimento do Hospital Beatriz Ângelo, subordinada ao tema “Patologia na idade escolar”, a 28/10/16, em Loures.
- Em revisão formal e científica na Revista de Psiquiatria do CHPL.

Introdução: O projeto “Mentes Sorridentes” nasceu da necessidade de respostas alternativas e inovadoras ao insucesso escolar. Inspirado no projeto australiano Smiling Mind, foi concebido e implementado um conjunto de 8 sessões semanais, baseadas em técnicas de mindfulness, realizadas em pequeno grupo na escola, com um conjunto de alunos sinalizados pelos professores por dificuldades de atenção / concentração, emocionais e comportamentais com impacto nos resultados académicos.
Objetivos: Este trabalho pretende apresentar os resultados da avaliação do projeto-piloto desenvolvido no ano letivo 2015-2016.
Métodos: Estudo descritivo com avaliação pré e pós-intervenção. Foram incluídos todos os alunos que completaram os instrumentos de avaliação nos dois momentos da mesma e que realizaram a maioria das sessões do projeto, pertencentes ao 2º e 3ºciclos. Instrumentos (alunos): teste D2 (medida da capacidade de concentração), SDQ (Strenghts and Difficulties Questionnaire, medida do funcionamento global, problemas internalizantes e externalizantes), PHSCS (Piers- Harris Self-Concept Scale, medida do auto-conceito), Diário das Mentes e Ficha de auto-avaliação do projeto. Aos pais, professores e pessoal não-docente foi aplicado um questionário online de avaliação do projeto. Análise descritiva e comparativa dos dados quantitativos (SPSS v.20) (IC 95%, p<0,05). Análise de conteúdo dos dados qualitativos.
Resultados: n=65, 61,5% sexo masculino, média etária=12,6 [10, 16] (DP 1,87). Verificou-se uma melhoria no Índice de Concentração e Desempenho Global no teste D2, uma melhoria no score de auto-conceito, no score de problemas emocionais e comportamentais e no score de funcionamento global. Qualitativamente, os alunos reportaram melhoria no controlo da ansiedade de desempenho, melhoria na concentração, diminuição da impulsividade, maior prazer nas relações e maior sentido para a vida. A avaliação do projeto pelos adultos envolvidos foi muito positiva.
Conclusões: A intervenção dirigida aos problemas de comportamento, dificuldades de atenção e emocionais dos adolescentes deve incluir os agentes educacionais. As técnicas de mindfulness, aplicadas num protocolo simples e curto, obtêm resultados positivos na gestão emocional que permite a disponibilidade para as aprendizagens e a melhoria da qualidade de vida dos alunos.

Palavras-chave:Mindfulness, concentração, emoções, escola, saúde mental