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2023

ANUÁRIO DO HOSPITAL
DONA ESTEFÂNIA

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GASTROSCHISIS: ESTRATIFICAÇÃO DO RISCO E AVALIAÇÃO DE FATORES DE PROGNÓSTICO

Ana Pita1, Pedro Garcia1,2, Daniel Virella1,3, Maria Knöblich4, Maria Teresa Neto1,2, Paolo Casella4, Micaela Serelha1

1 – Unidade de Cuidados Intensivos Neonatais do Hospital de Dona Estefânia, Centro Hospitalar de Lisboa Central;
2 – Faculdade de Ciências Médicas, Universidade Nova de Lisboa.;
3 – Gabinete de Apoio Epidemiológico e Estatístico, Centro Hospitalar de Lisboa Central.;
4 – Serviço de Cirurgia Pediátrica do Hospital Dona Estefânia, Centro Hospitalar de Lisboa Central

- Jornadas de Secção de Neonatologia da SPP 2012. 10-12/05. Braga (Comunicação oral).
- 3th UENPS Meeting 2012. 14-17/11. Porto (Comunicação oral).

Objectivo: Analisar os factores associados à evolução hospitalar dos recém-nascidos com gastroschisis.

Métodos: Coorte histórica, incluindo todos os casos admitidos numa UCIN, em 23 anos (1988-2011). Dados dos registos clínicos. Considerou-se "gastroschisis complexa" (GCx) quando associada a anomalia congénita digestiva (Molik 2001). Análise bivariada e multivariada por regressão logística e regressão linear.

Resultados: Tratados 79 recém-nascidos (39 admitidos desde 2003); houve 4 óbitos (5,1%), o último em 1996. GCx associou-se consistentemente a maior tempo de internamento (OR 14,6; IC95% 1,95 - 109,58) o dia de início da alimentação entérica (AE) (OR 1,14 por cada dia a mais; IC95% 1,0 - 1,3); nascer fora da instituição associou-se a maior tempo de internamento (p=0,004). A idade gestacional (IG) associou-se à duração da assistência ventilatória invasiva (AVI): por cada semana a mais de IG, a possibilidade de AVI diminui 26% (OR 0,26; IC95% 0,075 - 1,076; p=0,064); a GCx associou-se a menor tempo de AVI (p=0,057). Duração da nutrição parentérica total (tNPT) associou-se à GCx (OR 30,1 para tNPT > mediana de 65 dias; IC95% 2,45 - 368,93), ao dia de início da AE (OR 1,2 por cada dia a mais; IC95% 1,04 - 1,42) e à menor IG (p=0,025). O tempo até atingir a AE exclusiva (tAEe) associou-se ao dia de início da AE (OR 1,53 por cada dia a mais para tAEe > mediana de 41 dias; IC95% 1,07 - 2,19); maior IG associou-se a menos tAEe (p=0,002). Serosite ou peeling das ansas intestinais associou-se ao dia de início da AE (OR 0,063 para início > mediana de 15 dias; IC95% 0,007 - 0,565), e a menor IG e peso (p=0,001). Outras associações de significância estatística limiar ou inconsistentes entre métodos requerem análise em séries maiores.

Conclusões: Existência de anomalias intestinais associadas, observação de serosite/peeling e a prematuridade concorrem para pior evolução da gastroschisis.

Palavras-chave: anomalias associadas, gastroschisis, peeling, prematuridade, prognóstico.