imagem top

2023

ANUÁRIO DO HOSPITAL
DONA ESTEFÂNIA

CHULC LOGOlogo HDElogo anuario

MEDICINA HIPERBÁRICA COMO ADJUVANTE EM PATOLOGIA INFECCIOSA

Mafalda Crisostomo1, Maria João Brito1, Susana Ramos2, Regina Duarte3, Francisco Guerreiro4,5, Catarina Gouveia1

1- Unidade Infecciologia Pediátrica, Hospital de Dona Estefânia, Centro Hospitalar de Lisboa Central, EPE, Lisboa;
2- Unidade de Ortopedia Pediátrica, Hospital de Dona Estefânia, Centro Hospitalar de Lisboa Central, EPE, Lisboa;
3- Unidade Cirurgia Pediátrica, Hospital de Dona Estefânia, Centro Hospitalar de Lisboa Central, EPE, Lisboa;
4 - Centro de Medicina Subaquática e Hiperbárica – Lisboa - Portugal
5 - Centro de Investigação Naval – Lisboa - Portugal

17º Congresso Nacional de Pediatria – Sociedade Portuguesa de Pediatria; 2-4 Novembro 2016 – Centro de Congressos Alfândega do Porto

Introdução: A Oxigenoterapia Hiperbárica (OHB) é uma modalidade terapêutica que consiste na administração de oxigénio a 100%, a uma pressão atmosférica entre 2-3 atmosferas. Nas sessões terapêuticas, os doentes estão dentro de um recipiente de pressão com fins terapêuticos, designado Câmara Hiperbárica. Permite aumentar a fracção de oxigénio no metabolismo celular e outras reacções enzimáticas essenciais na reparação tecidular e resistência às infecções.
Objectivo: Rever a terapêutica hiperbárica em doentes com infecção.
Métodos: Estudo retrospectivo entre Janeiro 2010 e Julho 2016 num hospital nível III, dos doentes com patologia infecciosa, que realizaram terapêutica adjuvante com OHB.
Resultados: Foram incluídos 13 doentes, 54% do sexo masculino, com idade media 9,6 anos (3 meses–17anos). 46% dos doentes eram portadores de doença crónica. As indicações para utilização adjuvante de OHB, foram cicatrização de feridas(n=6), osteomielite refratária(n=4), infecções necrotizantes dos tecidos moles(n=3) e síndrome compartimental(n=2). Todos os doentes foram submetidos a pelo menos um procedimento cirúrgico e pelo menos 77% fizeram terapêutica antimicrobiana. O número médio de sessões foi de 22/doente, sendo a primeira sessão realizada em média ao 28º dia de internamento. Três doentes realizaram OHB no pré-operatório. Todos os doentes evoluíram para a cura excepto um doente que apresentou recorrência meses após o tratamento. Não ocorreram complicações relacionadas com o tratamento hiperbárico.
Comentários: A medicina hiperbárica no combate às infecções parece trazer benefícios quando combinada com o uso de antimicrobianos e/ou tratamento cirúrgico. Os mecanismos que permitem este sinergismo ainda não estão completamente elucidados, sendo necessário mais estudos para a sua caracterização.

Palavras Chave: Oxigenoterapia hiperbárica; Infecção; Sinergismo.