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2023

ANUÁRIO DO HOSPITAL
DONA ESTEFÂNIA

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MARCHA EM PONTAS IDIOPÁTICA: AVALIAÇÃO

Vítor Brás da Silva, Lúcia Mirrado, Rita Francisco, Ana Soudo, Maria José Costa

1- Unidade Músculo-esquelética/Medicina Física e de Reabilitação, Hospital de Curry Cabral, Centro Hospitalar de Lisboa Central, EPE
2- Medicina Física e de Reabilitação/ Hospital Pedro Hispano
3- Medicina Física e de Reabilitação, Hospital de Dona Estefânia, Centro Hospitalar de Lisboa Central, EPE
4- Medicina Física e de Reabilitação, Hospital de Dona Estefânia, Centro Hospitalar de Lisboa Central, EPE
5- Medicina Física e de Reabilitação, Hospital de Dona Estefânia, Centro Hospitalar de Lisboa Central, EPE

- Sessão Clínica no S. de MFR do HDE; Fevereiro 2016

A marcha em pontas é definida como a ausência ou incapacidade de realizar apoio plantígrado durante a fase de apoio do ciclo de marcha, podendo constituir uma variação do desenvolvimento normal da marcha em crianças com idade inferior a 3 anos. A persistência deste padrão está associada a várias patologias, nomeadamente, paralisia cerebral, distrofia muscular, Aquiles curto congénito e distúrbios do espectro do autismo. Na ausência destas patologias, um padrão de marcha em pontas, bilateral, persistente ou intermitente, com capacidade de realização de marcha com apoio plantígrado quando solicitado, com ou sem contratura em equino associada, estabelece-se o diagnóstico de marcha em pontas idiopática (MPI). Constituem potenciais factores de risco a história familiar de MPI, o baixo peso ao nascer e complicações no período perinatal, tendo sido sugerido um padrão de hereditariedade autossómico dominante. É muito importante manter uma marcha diagnóstica eficaz na exclusão de outras patologias potencialmente mais graves, progredindo na sua investigação em caso de dúvida, existindo para tal ferramentas como a Toe Walking Tool, embora ainda não se encontrem validadas para Portugal. Da avaliação inicial deverá fazer parte um exame objectivo detalhado que contribua para o estabelecimento de um diagnóstico correcto bem como a (in)existência de contractura articular estabelecida à data da primeira avaliação, que possui valor prognóstico.

Palavras Chave: marcha em pontas idiopática, marcha em pontas habitual; avaliação; diagnóstico;