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2023

ANUÁRIO DO HOSPITAL
DONA ESTEFÂNIA

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INFEÇÃO URINÁRIA NA ADOLESCENTE:DEVEMOS TRATAR COM FOSFOMICINA?

Luís Carlos Costa; Sofia Carneiro; Joana Martins; Catarina Diamantino; António Marques

Equipa Fixa de Urgência, Área da Mulher, da Criança e do Adolescente
Hospital Dona Estefânia, Centro Hospitalar Lisboa Central, EPE

Reunião da Área da Mulher, Criança e Adolescente
Lisboa, 29 de novembro de 2016

Introdução: A Direção Geral de Saúde preconiza tratamento com nitrofurantoína (NIT) ou fosfomicina (FOS)nas adolescentes com infeção urinária (IU), NOC 008/2012. Contudo, associada ao início de vida sexual, verifica-se umaprevalência crescente de Staphylococcus saprophyticus (Ss)nesta população, resistente à FOS. Objectivos
Objetivos: caracterizar isolamentos e respetivos antibiogramas das uroculturas (UC) de adolescentes raparigas que recorreram ao serviço de urgência pediátrico (SUP); caracterizar a antibioticoterapia empírica prescrita para ambulatório.
Material e Métodos: Estudo retrospetivo descritivo (Janeiro/2014--Dezembro/2015) por consulta de registos do SUP de adolescentes (12-18 anos) raparigas com UC positivas (>100.000 ufc). Critérios de exclusão: internamento, gravidez, malformação nefro-urológica, bexiga eurogénica.
Resultados: Realizadas 1688 UC, 50.3% positivas; 286 de adolescentes, 63.6% raparigas; 117 tratadas em ambulatório, correspondendo à amostra final, cuja idade mediana é 16 anos. Agentes isolados: Escherichia coli (Ec) 58.1%; Ss 22.2%; Proteus mirabilis (Pm) 15.4%; Klebsiella pneumoniae (Kp) 1.2%. Sensibilidade antibiótica: cefuroxima (CRX) 92.5% (Ec 97.1%, Ss 66.7%, Pm 100.0%, Kb 100.0%); amoxicilina/clavulanato (AMC) 84.5% (Ec 86.2%, Ss 77.0%, Pm 11.1%, Kb 100.0%); NIT 83.8% (Ec 100.0%, Ss 100.0%, Pm 11.1%, Kb 100.0%); FOS 78.1% (Ec 100.0%, Ss 3.8%, Pm 100.0%, Kb 100.0%). Prescrição antibiótica: CRX 57.6%, AMC 33.3%, FOS 5.1%; sem registo de NIT.
Conclusões: O Staphylococcus saprophyticus é o segundo isolamento mais comum, com sensibilidade à fosfomicina em 3.8% dos casos. Assim, questiona-se a sua escolha como tratamento de primeira linha, evidenciando a necessidade de orientações terapêuticas dirigidas aos dados microbiológicos da população local.

Palavras-chave: Infeção urinária , Adolescente, Urgência, Antibioterapia empírica