1. Interno de Formação Específica em Pedopsiquiatria, Área de Pedopsiquiatria, Hospital Dona Estefânia, Centro Hospitalar de Lisboa Central, EPE, Lisboa;
2. Assistente Hospitalar Graduado em Pedopsiquiatria, Área de Pedopsiquiatria, Hospital Dona Estefânia, Centro Hospitalar de Lisboa Central, EPE, Lisboa.
- Apresentação sob a forma de póster numa reunião nacional – 1º Encontro da Associação Portuguesa de Psicopatologia realizado nos dias 8 e 9 de Abril 2016, na Aula Magna da Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa.
Resumo:
Introdução: Crianças que vivem em famílias com pais com doença mental adoptam muitas vezes papéis parentais e apresentam maior predisposição para problemas diversos. A psicopatologia parental pode trazer condicionar cuidados parentais adversos e disrupção social, que vão ter impacto significativo nos domínios cognitivo, emocional e comportamental da criança. Para além disto, existe geralmente um forte componente genético, que predispões ao aparecimento de psicopatologia nestas crianças. Segundo vários autores os filhos de pais com perturbação mental têm um risco substancialmente maior de perturbação psiquiátrica na infância e adolescência.
Objectivos: Com este trabalho pretende-se alertar para o impacto que a doença mental parental tem no desenvolvimento psico-afectivo infantil. Pretende-se também salientar a importância de, em consultas de Psiquiatria e Pedopsiquiatria, ser tido em conta que a criança é produto do meio social e familiar onde vive. Por este motivo, reforça-se a ideia de que é essencial avaliar a dinâmica das relações familiares, o clima emocional em que a criança vive e a qualidade dos cuidados que recebe. Torna-se cada vez mais importante perceber se existe ou não necessidade de intervenções familiares e individuais adequadas, bem como uma maior articulação entre Psiquiatras e Pedopsiquiatras.
Métodos: Pesquisa bibliográfica, não sistemática, através da PubMed, utilizando os termos: “child”, “parent”, “mental disorder” e “psychopathology”. Selecção dos artigos mais relevantes dos últimos 5 anos. Foram também consultados livros relevantes da área.
Conclusões: A existência de história clínica sugestiva de quadros psicopatológicos nos progenitores pode ter grande impacto na dinâmica familiar e é factor de risco para psicopatologia na criança. A doença mental nos pais é apontada como factor de risco para o desenvolvimento de psicopatologia nas crianças. De facto, influências genéticas têm sido descritas para as perturbações afetivas e do comportamento mais frequentes das crianças. O efeito ambiental é explicado pelas perturbações nas funções parentais, bem como pela exposição concomitante a outros fatores de risco, tais como a conflitualidade parental. No entanto, as consequências variam de acordo com muitos critérios, sendo que o mais importante parece ser a qualidade da relação entre pais e filho.
Palavras Chave: Infância; crianças; pais; doença mental; psicopatologia