imagem top

2023

ANUÁRIO DO HOSPITAL
DONA ESTEFÂNIA

CHULC LOGOlogo HDElogo anuario

HIPERHOMOCISTEINÉMIA E PSICOPATOLOGIA - A PROPÓSITO DE UM CASO CLÍNICO

Ana Margarida Moreira1, Filipa Henriques2, Rita Teixeira3, Joana Afonso4, Margarida Marques4.

1 – Interna de Pedopsiquiatria. Área da Mulher, Criança e Adolescência. Especialidade Pedopsiquiatria. Hospital Dona Estefânia. Centro Hospitalar Lisboa Central.
2 – Médica Interna de Psiquiatria. Centro Hospitalar Médio Tejo.
3 – Médica Interna de Pedopsiquiatria. Centro Hospitalar Lisboa Ocidental.
4 – Pedopsiquiatra. Área da Mulher, Criança e Adolescência. Especialidade Pedopsiquiatria. Hospital Dona Estefânia. Centro Hospitalar Lisboa Central.

- III Congresso Internacional do CADIn, 20-22/10/2016 – reunião internacional.

Resumo
Objetivos: A propósito de um caso clínico – revisão da literatura sobre perturbações mentais associadas a alterações neurometabólicas, nomeadamente hiperhomocisteinémia e défice de folato.
Métodos: Pesquisa bibliográfica na literatura indexada. Vinheta de caso clínico.
Resultados: Caso de adolescente de 17 anos, do sexo masculino, internado após tentativa de suicídio por ingestão medicamentosa voluntária, com plano estruturado. Apurou-se quadro de perturbação depressiva com características melancólicas e características psicóticas frustres congruentes com o humor. Analiticamente com défice de folato, hiperhomocisteinémia e vitamina B12 no limiar inferior do normal. Evolução favorável com intervenção psicoterapêutica, psicofarmacológica, e suplementação com folato. Aguarda estudo de polimorfismo da metilenotetrahidrofolato redutase. Na literatura revista, a presença de alterações neurometabólicas foi mais frequentemente associada a sintomas psicóticos, mas globalmente descrita num largo espectro de manifestações psiquiátricas. Enquadra-se o caso apresentado na hipótese da homocisteína como mediador fisiopatológico da depressão.
Conclusão: O presente caso clínico coloca em evidência o diagnóstico diferencial nos quadros psiquiátricos, e a importância de excluir condições médicas e/ou neurológicas associadas, assim como de co-morbilidades, de forma a otimizar a intervenção terapêutica.

Palavras-Chave: Diagnóstico diferencial; Perturbação depressiva; Sintomas psicóticos; Hiperhomocisteinémia; Défice de ácido fólico.