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2023

ANUÁRIO DO HOSPITAL
DONA ESTEFÂNIA

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GENÉTICA MÉDICA – DIAGNÓSTICO DE NOVA GERAÇÃO

João Parente Freixo1; Rui Gonçalves1

1- Serviço de Genética Médica, Hospital de D. Estefânia, Centro Hospitalar Lisboa Central, Lisboa

Congresso da Área da Pediatria Médica 2016, Lisboa, Portugal

Resumo:
Background: A medicina tem demonstrado inúmeras conquistas nos últimos 100 anos, em particular no que respeita ao combate às doenças infeciosas. Relativamente às patologias genéticas, segundo a OMS, estão descritas mais de 10.000 doenças genéticas e 40% dos internamentos em hospitais pediátricos devem-se a complicações agudas de doenças genéticas. A organização do genoma humano é já amplamente conhecida, assim como o são vários tipos de mecanismos variação mutacionais. Outros conceitos como heterogeneidade genética e variabilidade fenotípica estão também subeijamente descritos. No entanto, há ainda muito por descobrir e conceitos como epigenética ou domínios topográficos estão ainda em processo de investigação. A obtenção de um diagnóstico genético é, devido às carcteristicas descritas, muitas vezes, dificil, cara e demorada. É, apesar de tudo, consensual o benefício alcançado com a sua obtenção. A escolha de um determinado teste genético depende da suspeita clínica e do mecanismo mutacional subjacente à patologia. A sequenciação de Sanger permite sequenciar um máximo de 1.000 bp com uma elevada resolução, podendo ser a abordagem ideal para uma suspeita muito forte de uma doença monogénica. No entanto devido à heterogeneidade genética e variabilidade fenotípica, esta aboragem gene a gene torna-se demasiado demorada e despendiosa. Na passada década surgiu uma nova técnica laboratorial que permitiu a sequenciação massiva de DNA. Esta técnica denomidada Sequenciação de Nova Geração (NGS) permite abordar o estudo genético sob a forma de paineis de genes, sequenciação de exoma ou genoma, ultrapassando as limitações associadas à heterogeneidade genética e variabiliadade fenotípica. No entanto, outras limitações estão presentes. Para além de não permitir detectar expansões de repetições de nucleótidos, anomalias cromossómicas estruturais, indels ou variações do nº de cópias, levanta vários problemas de interpretação provenientes da elevada quantidade e complexidade da informação obtida, assim como problemas éticos relativos aos achados acidentais e de significado desconhecido.
Conclusão: O estudo genético a realizar deverá ser determinado de acordo com a suspeita diagnóstica e o mecanismo mutacional subjacente. As técnicas de NGS facilitam o diagnóstico genético de patologias com elevada heterogeneidade genética e variabiliade fenotipica causadas por alterações da sequência mas levantam importantes questões de interpretação e ética. Estes resultados deverão sempre ser validados por médicos da especialidadde de Genética Médica.

Palavras Chave: Testes genéticos; Sequenciação de Nova geração