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2023

ANUÁRIO DO HOSPITAL
DONA ESTEFÂNIA

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Esofagite eosinofílica e corticoterapia tópica: Em busca de uma dose mínima eficaz

David Pina Trincão1, Miguel Paiva1, Elena Finelli1, Sara Prates1, José Cabral2, Paula Leiria Pinto1

1. Serviço de Imunoalergologia, Hospital de Dona Estefânia, Centro Hospitalar de Lisboa Central, EPE, Lisboa;
2. Unidade de Gastroenterologia Pediátrica, Hospital de Dona Estefânia, Centro Hospitalar de Lisboa Central, EPE, Lisboa;;

- XXXVI Reunião Anual da Sociedade Portuguesa de Alergologia e Imunologia Clínica, 07-09/10/2016, Lisboa (Poster)

Introdução: De acordo com as guidelines atuais, a abordagem terapêutica da esofagite eosinofílica (EoE) preconiza em primeira linha, a par da dieta de evicção alimentar, o uso de corticosteroides tópicos (CST). A dose utilizada varia nos diferentes estudos, não sendo consensual a dose mínima eficaz. Apresentamos um estudo retrospetivo dos doentes com EoE que realizaram terapêutica com CST.
Métodos: Foi efetuada uma análise retrospetiva dos doentes com diagnóstico de EoE que realizaram tratamento com CST (proprionato de fluticasona [PF] 500 mcg 2id, administrado por inalador pressurizado durante mínimo de 3 meses) de 2006 a 2015, inclusive. Avaliou‐se a eficácia terapêutica, definida como resolução clínica e histológica da EoE, bem como a evolução da doença tendo em conta a interrupção ou manutenção do tratamento com CST.
Resultados: Foram analisados 53 doentes acompanhados em consulta. A mediana foi de 8 anos (mínimo: 0,5 anos, máximo: 15 anos), 79% (n=42) eram do sexo masculino e 69% atópicos (n=39). Dos 47 doentes com follow‐up, verificou‐se resolução em 44 (93%). Nos doentes em que o tratamento foi suspenso e foi realizado follow‐up (n=33) verificou‐se recidiva em todos. Em 10 doentes foi tentada redução da dose diária de CST, com controlo clínico e histológico em 7, nomeadamente nas doses de PF 500 mg/dia (n=4) e de 250 mg/dia (n=3). Observou‐se recidiva em 3 doentes com PF 500 mcg/dia, motivando re‐escalada terapêutica com resolução.
Conclusão: A eficácia do uso de CST para tratamento da EoE é elevada, contudo, é de salientar a elevada taxa de recidiva após a sua suspensão. Nos doentes que mantiveram tratamento com CST foi possível reduzir a dose em 70% dos casos, mantendo‐se o controlo da EoE. No tratamento da EoE com CST dever‐se‐á avaliar a dose mínima eficaz para o seu controlo, o que permitirá redução o risco de eventuais efeitos secundários e maior comodidade posológica para o doente.

Palavras-chave: esofagite eosinofílica, corticoterapia tópica