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2023

ANUÁRIO DO HOSPITAL
DONA ESTEFÂNIA

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EMPIEMAS EM CUIDADOS INTENSIVOS PEDIÁTRICOS -EXPERIÊNCIA DE 10 ANOS

Inês Madureira 1, Anaxore Casimirol, Filipa. Marquesl, Gabriela. Pereiral, Margarida Santosl

 

Unidade de Cuidados Intensivos Pediátricos, Área. da Mulher, Criança e Adolescente, Hospital de Dona. Estefânia, Centro Hospitalar de Lisboa. Central, EPE, Lisboa.

2° Congresso Área Pediatria Médica. do Hospital de Dona Estefânia (publicação sob a. forma de poster com apresentação)

Resumo:
Introdução: Apesar da redução na mortalidade associada à pneumonia em idade pediátrica. nas últimas décadas, o empiema mantem-se uma. complicação frequente. A abordagem terapêutica não é consensual e frequentemente associa-se a intervenção cirúrgica. e internamento prolongado.
Objectivos e métodos Caracterização demográfica e clínica dos doentes com diagnóstico de empiema internados na unidade de cuidados intensivos pediátricos de um hospital terciário, através da consulta dos processos clínicos relativos a um período de 10 anos [2006 - 2015].
Resultados: Identificados 131 doentes, 54% do sexo masculino, com idade média. de 5 anos. A demora média de internamento nesta. Unidade foi de 8 dias, com 10% de readmissões. A maioria das crianças era. previamente saudável (89%), cerca. de um terço encontrava-se imunizada com vacina. anti-pneumocócica. O número médio de dias de doença ao diagnóstico foi de 6 dias. Associados à febre (100%), outros sintomas estiveram presentes, maioritariamente tosse (75%), dor torácica (50%) e dispneia (25%). Para complementar a telerradiografia, foram realizados outros exames de imagem na maioria dos doentes, nomeadamente ecografia. (97%) e TAC (34%) torácica. Foi realizada toracostomia na quase totalidade dos doentes (97%), 1/5 previamente à intervenção cirúrgica. Em 96% dos casos foram necessários outros procedimentos invasivos. realizados maioritariamente no primeiro dia de internamento, nomeadamente toracoscopia (67%) e toracotomia (33%). Em 15% foi necessária reintervenção cirúrgica, sendo a abordagem por toracotomia. a mais frequente. Durante o internamento foi necessário administrar oxigénio suplementar em 79% dos casos e ventilação mecânica invasiva em 43% (duração média 3 dias). À admissão, a maioria dos doentes iniciou antibioterapia endovenosa dupla, mais frequentemente cefotaxime e vancomicina. Foi identificado o agente etiológico em 43% dos casos, mais frequentemente S. pneumoniae (75%). Em 2/3 dos casos o agente foi isolado no líquido pleural e na maioria através de exames culturais (88%). Apuraram-se complicações em 28 crianças (21%), mais frequentemente pneumotórax (13) e fistulas (6). Verificaram-se 2 óbitos. 
Conclusões: A abordagem dos empiemas em idade pediátrica continua a. ser controversa. Na nossa. série, a abordagem cirúrgica. por toracoscopia foi predominante, com complicações em 1/5 dos casos. No entanto, a fibrinólise tem revelado resultados promissores, pelo que poderá. ser uma técnica a. considerar. 

Palavras Chave: pneumonia, empiema, toracoscopia, cuidados intensivos