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2023

ANUÁRIO DO HOSPITAL
DONA ESTEFÂNIA

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CORTICOTERAPIA E DESENVOLVIMENTO DE FATORES DE RISCO CARDIOVASCULARES NA NEFRITE LÚPICA EM IDADE PEDIÁTRICA

Marina Vieira1, Carolina Albuquerque2, Telma Francisco3, Gisela Neto3, Ana Paula Serrão3, Raquel Santos3, Margarida Abranches3

1. Serviço de Nefrologia, Hospital Curry Cabral, CHLC, EPE
2. Serviço de Pediatria, Hospital Vila Franca de Xira
3. Unidade de Nefrologia Pediátrica, Área de Pediatria Médica, Hospital Dona Estefânia, CHLC, EPE

- XLI Congreso Nacional y VI Hispano-Portugués de Nefrología Pediátrica 18-21/5/2016, Salamanca (Poster)

Introdução: O Lupus Eritematoso sistémico (LES) é uma doença inflamatória multiorgânica que resulta da desregulação do sistema imunitário. A nefrite lúpica (NL), tratando-se de uma doença autoimune, tem como pilar fundamental no seu tratamento a corticoterapia (CT). O risco de desenvolvimento de fatores de risco cardiovascular (CV), assim como de complicações CV, torna desejável uma redução rápida da dose de CT. Estudos efetuados recentemente (Eurolupus e Maintain) mostraram resultados semelhantes com doses mais baixas de CT). Sabe-se que uma dose de CT inferior a 0,15 mg/kg/dia está associada a menor risco CV.
Objetivos: Avaliar a presença de fatores de risco e de eventos CV associados a doses cumulativas de CT.
Métodos: Estudo retrospetivo de doentes com diagnóstico de NL por biópsia renal entre Janeiro 2009 e Dezembro 2015. Para a recolha de dados foram usados os processos clínicos informáticos e em papel. Considerámos como factores de risco CV o índice de massa corporal (IMC), dislipidémia, hipertensão arterial (HTA) e hiperuricémia e como eventos CV os tromboembolismos arteriais e venosos. O tratamento dos dados foi realizado com o programa de Office Excel 2016.
Resultados: Foram avaliados 7 doentes, com idade média de 13 ± 2,56 anos. Cinco eram do sexo feminino, sendo um de etnia indiana e uma era melanodérmica. Os dois doentes do género masculino eram leucodérmicos. Relativamente a classificação da NL: 57,1% dos doentes tinham uma classe IV, 14,3% apresentavam uma classe V, VI e IV+V. Todos os doentes tiveram uma dose mensal superior a 0,15 mg/kg/dia (média de 27,11 ± 12,79 mg/kg/mês) e não houve nenhum evento CV, mas os doentes que fizeram uma dose mais elevada tiveram mais fatores de risco CV (média 36,69 ± 22,12 mg/kg/mês). Quatro doentes apresentavam IMC >P85, 5 doentes tinham HTA e 4 dislipidémia. Somente um doente tinha hiperuricemia.
Conclusões: Neste grupo de doentes, os que foram medicados com doses mais elevadas de CT desenvolveram mais fatores de risco CV. Torna-se importante e necessário atingir uma dose mínima de CT o mais precocemente possível, a fim de se minimizarem os efeitos secundários.

Palavras Chave: lupus eritematoso sistémico, nefrite lúpica, risco cardiovascular, corticoterapia