1. Serviço de Cirúrgia Pediátrica, Hospital Dona Estefânia- CHLC,
2. Serviço de Oncologia, Instituto Português de Oncologia Francisco Gentil, epe
Congresso da Sociedade Portuguesa de Cirurgia Pediátrica, 11 e 12/11/16 (Poster)
Introdução: Os tumores epiteliais do ovário são raros na população pediátrica, correspondendo a 15-20% de todas os tumores do ovário. Incluem na maioria os cistoadenomas benignos (50%) e os tumores borderline (20-30%); os tumores malignos epiteliais são raros. Os subtipos histológicos serosos e mucinosos são os mais frequentes na idade pediátrica.
Caso clínico: Apresentamos três casos de cistoadenoma gigante do ovário em adolescentes de 13, 14 e 16 nos de idade. O estudo inicial foi ecográfico e complementado por TC num caso e RMN nos restantes casos. Foram pedidos os marcadores tumorais CEA, CA 125, CA 19.9, AFP, B-HCG em todos os casos. Em apenas um dos casos havia aumento de marcador tumoral CA 125. Todas as doentes foram submetidas a laparotomia e salpingo-ooforectomia. Não se observaram implantes peritoneais ou outras massas anómalas em nenhum dos casos. Em dois casos procedeu-se a biópsia do ovário contralateral e omentectomia sub-total. O exame histopatológico revelou cistoadenoma seroso em um caso e cistadenomas mucinosos nos restantes casos, um dos quais com <10% de morfologia borderline.
Discussão: A cirurgia é o tratamento principal dos tumores epiteliais do ovário na população pediátrica. O estadiamento cirúrgico completo pode ser dispensado quando a suspeita é de um tumor benigno ou borderline e quando está disponível um exame extemporâneo fiável. O tratamento deve ter em consideração o objetivo gold standart de preservação da fertilidade, para tumores benignos ou borderline. O follow-up deve ser prolongado e deve incluir uma monitorização através de exames imagiológicos (Ecografia e RMN) e marcadores tumorais.
Palavras-chave: cistoadenoma; ovário