1- Serviço Pediatria, Hospital do Divino Espirito Santo de Ponta Delgada, EPER
2- Serviço de Neurorradiologia Hospital Garcia de Orta, EPE
3- Departamento da Criança e da Família, Centro Hospitalar Lisboa Norte, EPE
4- Maternidade Dr. Alfredo da Costa, Centro Hospitalar Lisboa Central, EPE
5- Serviço de Neurologia Pediátrica, Departamento de Pediatria, Hospital Dona Estefânia, Centro Hospitalar de Lisboa Central, Lisboa
6- Hospital Pediátrico de Coimbra, Centro Hospitalar Universidade de Coimbra, EPE
7- Serviço de Pediatria Centro Hospitalar Cova da Beira, EPE
8- Serviço Pediatria, Hospital Barreiro-Montijo, EPE
9- Centro Materno Infantil do Norte, Centro Hospital do Porto, EPE
10- Serviço Pediatria, Hospital José Joaquim Fernandes Beja, EPE
11 - Serviço Pediatria, Hospital da Horta
12 - Serviço de Pediatria, Hospital de Braga, EPE
13 - Centro Hospitalar de Trás-os-Montes e Alto Douro, EPE
14 - Centro de Desenvolvimento da Criança, Hospital Garcia de Orta, EPE
17º Congresso Nacional de Pediatria, 2-4/11/2016, Porto (poster)
Acta Pediátrica Portuguesa Vol.47, Suplemento, Novembro 2016 (resumo)
Introdução e Objectivos: O acidente vascular cerebral (AVC) neonatal é uma entidade heterogénea que condiciona morbilidade significativa e difícil de prever a longo prazo. Pretendemos avaliar os fatores de risco e follow-up até aos 5-7 anos das crianças com AVC neonatal isquémico sintomático.
Metodologia: Estudo retrospetivo, baseado em dados retirados da Unidade de Vigilância Pediátrica de AVC neonatal, entre 2009 e 2011. Foram incluídos apenas os casos de AVC neonatal isquémico sintomático confirmados por estudo imagiológico.
Resultados: Analisamos 21 RN, 12 do sexo masculino, idade gestacional mediana 39S (38-41) e peso médio ao nascer 3402±436g. 18 RN (82%) apresentaram antecedentes obstétricos ou perinatais significativos, salientando-se: reanimação neonatal (9), EHI (2), parto traumático (1), sépsis precoce (2), anomalia do cordão (1), cardiopatia congénita (4) e 13 RN com potenciais fatores de risco protrombótico. Não foram identificados fatores de risco em 3 RN. Todos os RN apresentaram convulsões entre as 6 e 72 horas de vida (focais em 18), associando-se hipotonia (11), apneia (5) e dificuldade alimentar (4). O diagnóstico foi realizado por RM-CE em todos os RN, 3 dos quais com angio-RM. O hemisfério esquerdo foi o mais afetado (13). Foi possível obter dados de seguimento aos 2-3 anos em 17 crianças: 8 tinham défice motor, 4 atraso global de desenvolvimento (AGD) e 2 epilepsia. Dos 10 casos com seguimento mais longo (5-7 anos), 6 apresentam défice motor, 3 AGD, 3 perturbações da linguagem e 1 epilepsia.
Conclusões: O seguimento destas crianças é fundamental, uma vez que as sequelas se tornam evidentes a médio-longo prazo. Apesar da existência de sinais de patologia sistémicas nos RN com AVC, a determinação de fatores agudos preditivos da evolução e prognóstico futuro torna-se difícil.
Palavras Chave: AVC isquémico sintomático, Recém-nascidos, Unidade de Vigilância Pediátrica, Fatores de risco, Follow-up