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2023

ANUÁRIO DO HOSPITAL
DONA ESTEFÂNIA

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AVALIAÇÃO DO RISCO CARDIOVASCULAR EM CRIANÇAS E ADOLESCENTES COM NEFRITE LÚPICA

Carolina Albuquerque1; Telma Francisco2; Marina Vieira3; Gisela Neto2; Marta Conde4; Margarida Paula Ramos4; Margarida Abranches2

1. Serviço de Pediatria, Hospital Vila Franca de Xira;
2. Unidade de Nefrologia Pediátrica, Hospital D. Estefânia, CHLC, EPE, Lisboa;
3. Serviço de Nefrologia, Hospital Curry Cabral, CHLC, EPE, Lisboa;
4. Unidade de Reumatologia Pediátrica, Hospital D. Estefânia, CHLC, EPE, Lisboa

- 17º Congresso Nacional de Pediatria, 2-4/11/2016, Porto (Comunicação oral)

Introdução: O Lúpus Eritematoso Sistémico (LES) é uma doença multissistémica autoimune. A nefrite lúpica (NL) constitui fator de risco cardiovascular (FRCV) e tem como pilar no tratamento a corticoterapia (CT), que o exponencia.
Objectivos: O objetivo do trabalho é avaliar os FRCV dos doentes com LES juvenil e NL e a associação de doses cumulativas de CT.
Métodos: Estudo observacional transversal retrospetivo de crianças e adolescentes com diagnóstico histológico de NL. Considerámos FRCV: IMC>P85, HTA, dislipidémia, hiperuricemia e doença renal crónica (DRC). Considerámos eventos cardiovasculares (ECV): tromboembolismo arterial e venoso. Análise com Excel 2010 e SPSS17®, teste t de student.
Resultados: Avaliámos 16 doentes, 13 raparigas, com idade média de 16,9 anos (11,6-20,1). A idade média ao diagnóstico foi de 12,9 anos (7,0-15,9) e o tempo de evolução médio da doença de 3,2 anos (0,8-6,2). Três doentes eram melanodérmicos, um indiano e os restantes leucodérmicos. Quanto à classificação das NL: classe I – 1 doente; II – 1; III – 2; IV – 9; V – 2; VI – 1. Dos FRCV avaliados: 8 com HTA; 7 com IMC >P85; 5 com dislipidémia; 4 com DRC estádio 2; 2 com hiperuricemia. Três doentes tinham ≥3 FRCV. Verificámos que os doentes com mais FRCV (≥3) correspondiam aos medicados com maior dose cumulativa de CT, com uma diferença estatisticamente significativa: 45,4 vs 27,6 mg/kg, p=0,011. Como FRCV independentes da doença identificámos: 2 doentes fumadores e 2 sob contracetivos orais. Não ocorreram ECV.
Conclusões. Os doentes medicados com doses mais elevadas de CT desenvolveram mais FRCV; no entanto, tratavam-se dos doentes com LES juvenil mais grave. É imprescindível atingir uma dose mínima de CT o mais precocemente possível (<0,15 mg/kg/dia), de forma a minimizar os efeitos secundários.

Palavras Chave: Lúpus Eritematoso Sistémico Juvenil, Fator de risco cardiovascular, corticoterapia