1 Equipa Fixa da Urgência Pediátrica
2 Equipa de Enfermagem da Urgência Pediátrica
Área de Pediatria Médica do Hospital Dona Estefânia, Centro Hospitalar Lisboa Central
2º Congresso da Área da Mulhe, Criança e adolescente
Lisboa, 23 de Junho de 2016 (Poster)
Introdução: A auditoria clínica é um processo sistemático que deve ser utilizado pelos profissionais de saúde a fim de melhorar a qualidade de cuidados prestados aos doentes. Em alguns países é obrigatório que os clínicos individualmente concretizem uma auditoria nalguma área da sua actividade e em que sejam feitas no final propostas de melhoria de actuação. Propusemo-nos auditar a utilização de ondansetrom oral após a sua introdução na urgência do Hospital Dona Estefânia como alternativa fiável à administração endovenosa na terapêutica de vómitos em contexto de gastrenterite aguda, de acordo com protocolo aprovado. A evidência mostra que não existe diferença significativa entre a eficácia de ondansetrom oral vs intravenoso na diminuição de náuseas e vómitos, e que o ondansetrom oral reduz os internamentos em unidades de internamento de curta duração (UICD).
Metodologia: Análise observacional retrospectiva das prescrições de ondansetrom oral e intravenoso nos períodos de Janeiro 2014 (implementação) e Novembro 2015 (20 meses depois).
Resultados: Vinte meses após a implementação de ondansetrom oral, o uso intravenoso continua a representar 35,8% do total das administrações de ondansetrom. Das 77 administrações por via intravenosa, 9 (11,7%) não foram eficazes e resultaram em internamento para fluidoterapia. Das 138 (64,2%) administrações por via oral, 13 (9,5%) não foram eficazes e 12 (8,7%) foram seguidas de administração intravenosa do fármaco, com efeito.
Discussão/Conclusões: Apesar da evidência de eficácia semelhante da administração oral e intravenosa de ondansetrom e da administração intravenosa ser menos eficiente, o uso intravenoso continua a representar aproximadamente um terço do total. Deverão ser feitos esforços para aumentar a proporção da administração oral reforçando também a hidratação oral em detrimento da administração de soros endovenosos.
Como proposta de melhoria, os autores propõem: 1 - Que no prazo de um ano, a administração de ondansetrom oral constitua no mínimo 80% do total de administrações; 2 - Para tal elaborar um programa de sensibilização entre os profissionais da urgência pediátrica que inclua a divulgação dos conhecimentos actuais sobre o tema obtidos da literatura internacional, face aos presentes resultados e os objectivos a atingir; 3 - Re-auditar após 12 meses.
Palavras-chave: ondansetrom, oral, vómitos, hidratação