1. Serviço de Ortopedia, Centro Hospitalar Lisboa Central – Hospital Dona Estefânia
- 36º Congresso da Sociedade Portuguesa de Ortopedia e Traumatologia, Porto, 27 a 29 de Outubro de 2016 (poster)
- 4º CONGRESSO NACIONAL DE ORTOPEDIA INFANTIL - XXI JORNADAS DE ORTOPEDIA INFANTIL, Braga, 10-12 de março 2016 (poster)
Introdução: A artrite secundária a lesão penetrante por espinho de palmeira é pouco frequente. A abordagem nem sempre é consensual. O objectivo do presente trabalho consiste em rever os casos clínicos de artrite por lesão com espinho de palmeira e comparar com os dados disponíveis na literatura.
Material e Métodos: Os autores realizaram uma revisão retrospectiva dos casos de artrite por lesão com espinho de palmeira baseada nos registos clínicos e nos estudos analítico, microbiológico e imagiológico.
Resultados: Foram identificados três casos, dois envolvendo o tornozelo e um o joelho. Dois doentes do género masculino e um do sexo feminino, com uma média etária de 7 anos. O tempo médio decorrido entre o acidente e os primeiros sintomas foi de 1,3 meses e entre o acidente e a primeira observação no Serviço de Urgência foi de 2,3 meses. A ecografia mostrou a presença do espinho em apenas 2 casos. Todos os doentes foram submetidos a extracção do espinho, desbridamento cirúrgico e lavagem articular. Verificou-se uma recidiva num dos casos com necessidade de nova lavagem articular. O estudo microbiológico identificou Staphylococcus epidermidis num caso; Serratia marcescens, Enterococcus casseliflavus e Enterobacter aerogenes no segundo doente e não foi isolado qualquer agente no terceiro caso. O tempo médio de antibioterapia após a intervenção cirúrgica foi de 6,3 semanas.
Discussão: O diagnóstico de artrite por lesão com espinho de palmeira pode não ser evidente devido ao atraso entre o traumatismo e o estabelecimento dos sinais e sintomas. O derrame pode não ser estéril, e Pantoea agglomerans é o microrganismo mais frequentemente isolado, no entanto, outros microorganismos podem ser identificados. O tratamento com identificação e extracção do corpo estranho por artrotomia combinada com terapia antibiótica consiste, de acordo com a literatura, no tratamento mais eficaz e com menor risco de recidiva.
Conclusão: O presente trabalho apresenta a experiência dos autores no tratamento da artrite por espinho de palmeira que consiste numa patologia pouco frequente, de difícil diagnóstico, em que raramente se consegue identificar o microrganismo envolvido e cujo tratamento pode ser exigente e prolongado.