Serviço de Cirurgia Pediátrica, Hospital Dona Estefânia, Centro Hospitalar Lisboa Central, Lisboa, Portugal
- 5º Congresso SPCMIN (comunicação livre).
Introdução: As fístulas traqueo-esofágicas são malformações congénitas frequentes, ocorrendo em 1 em 3500 nados-vivos. No entanto, a fístula traqueo-esofágica isolada (FTEI) ocorre em apenas 4% destes doentes. O diagnóstico pode ser feito no período neonatal, mas frequentemente as de menor calibre tem um atraso significativo no diagnóstico.
Objetivo: Análise retrospectiva de doentes internados com diagnóstico de FTEI num período de 5 anos.
Método: Estudo retrospectivo descritivo dos processos clínicos dos doentes internados de 01/11/2007 a 31/12/2011 com o diagnóstico de FTEI.
Resultados: Foram incluídos nesta série 6 doentes, 67% dos quais eram prematuros. A mediana da idade de diagnóstico foi de 33 dias (mín 8D; máx 5M). A apresentação clínica foi distensão abdominal num caso, cianose e episódios de engasgamento em 4. Todos tiverem episódios de infecção respiratória. O diagnóstico definitivo foi feito por broncofibroscopia em todos.Cinco doentes foram submetidos a intervenção cirúrgica, com tutorização prévia da fístula por broncofibroscopia, sendo feita uma abordagem cervial. Registaram-se 2 óbitos peri-operatórios, um pré e outro pós-operatório, em doentes que apresentavam patologia associada grave do foro cardíaco e pulmonar.
Todos os doentes foram ventilados no período pós-operatório, sendo extubados em média após 4 dias. O intervalo de tempo médio para introdução da alimentação oral foi de 5,25 dias. Dos quatro doentes operados, foi possível obter informação sobre o seguimento de 3, com um seguimento médio de 2,3 anos; nenhum apresenta queixas de difuculdade na deglutição e alimentação ou infecções respiratórias recorrentes.
Conclusão: Quando não associada a co-morbilidade grave, a FTEI tem um bom prognóstico.
Palavras-chave: Fístula tráqueo-esofágica.