Serviço Oftalmologia, Centro Hospitalar de Lisboa Central
Comunicação oral
-59º Congresso da Sociedade Portuguesa de Oftalmologia
-8 a 10 de Dezembro de 2016
-Coimbra
Introdução: A microscopia especular é habitualmente utilizada no estudo da patologia da superfície ocular. Todavia, a análise celular endotelial é essencial para determinar a sua variação ao longo da vida. O objectivo deste estudo é a avaliação da morfologia endotelial e espessura central da córnea (ECC) em crianças saudáveis entre os 5 e os 15 anos, avaliando a sua variação segundo a idade.
Métodos Estudo de coorte transversal de 40 olhos de 40 crianças saudáveis, divididos em dois grupos. O grupo 1 formado por 20 crianças entre os 5-9 anos; o grupo 2 formado por 20 crianças entre os 10-15 anos. A densidade celular endotelial (DCE), o coeficiente de variação (CV) e a percentagem de células hexagonais (HEX) foram avaliados por microscopia especular de não contacto. A ECC foi avaliada por tomografia de segmento anterior.
Resultados: A DCE é maior no grupo 1 (2906.05 ± 344.91 cel/mm2) comparativamente ao grupo 2 (2597.89 ± 276.61 cel/mm2), (p= 0.003). Não foram encontradas diferenças paquimétricas significativas entre o grupo 1 (556.35 ± 29.03 μm) e o grupo 2 (537.90 ± 29.22 μm). A DCE correlacionou-se negativamente com a idade (r=-0.438 e p=0.005) e a percentagem de células hexagonais correlacionou-se negativamente com o CV (r= - 0.345; p= 0.029).
Conclusão: A DCE diminui com o aumento da idade em crianças saudáveis. Não se verificaram variações significativas da CV, HEX e da ECC entre os dois grupos etários. Salienta-se a importância dos dados obtidos como base normativa e a sua relevância para estudo da patologia da superfície ocular na criança.
Palavras-chave: microscopia especular, paquimetria, córnea, criança