1 - Serviço de Pediatria- Hospital de Santarém, EPE
2 - Serviço de Imunoalergologia, Área Pediatria Médica, Hospital Dona Estefânia, Centro Hospitalar Lisboa Central, EPE;
3 - USF Delta - ACES Lisboa Ocidental e Oeiras
- 16º Congresso Nacional de Pediatria, 22 a 24 de Outubro de 2015, Albufeira - Poster com discussão
Introdução: A urticária crónica é uma patologia que atinge cerca de 0.1 a 0.3% das crianças, podendo ter um grande impacto na qualidade de vida da criança/adolescente. Caso clínico: criança de 9 anos, sexo feminino, com antecedentes pessoais de rinite alérgica, referenciada à consulta de Imunoalergologia por urticária. Cerca de 4 meses antes, por episódios de urticária recorrente, acompanhada ocasionalmente por angioedema da face, iniciou tratamento com anti-histamínico (AH) H1 2ªgeração. Após boa resposta inicial registou-se agravamento das queixas com sintomas quase diários, que persistiram apesar de se ter duplicado a dose de AH e, posteriormente, associado antagonista dos leucotrienos. Não se identificaram causas secundárias no estudo efectuado. A necessidade de cursos prolongados de corticoterapia sistémica associou-se ao aparecimento de efeitos secundários. Neste contexto optou-se por iniciar ciclosporina 5mg/kg/dia, constatando-se melhoria clínica significativa às 2 semanas. Na última consulta, sob ciclosporina há 6 meses, em esquema de redução, encontra-se clinicamente bem com episódios esporádicos e ligeiros de urticária. Conclusões: A urticaria crónica é uma patologia pouco frequente na idade pediátrica, de etiopatogenia pouco esclarecida, sendo habitualmente controlada com anti-histamínicos. Nos casos raros de urticária crónica refractária, a ciclosporina pode ser uma opção terapêutica eficaz e segura, desde que devidamente monitorizada.
Palavras-Chave: urticária, crónica, refratária, ciclosporina