1 - Serviço de Gastrenterologia do Centro Hospitalar de Lisboa Central, EPE
2 - Serviço de Medicina Interna 1.4 do Centro Hospitalar de Lisboa Central, EPE
3 - Serviço de Patologia Clínica do Centro Hospitalar de Lisboa Central, EPE
- 10ª Reunião Nacional Coinfecção VIH/Hepatites. Porto 19-20 de Junho de 2015. Comunicação oral. Menção honrosa.
Resumo:
Os autores apresentam o caso de um doente actualmente com 52 anos de idade,com co- infecção VHB-VIH que, em Novembro de 2012, sob terapêutica com a co-formulação efavirenze/emtricitabina/tenofovir e abacavir apresentou breakthrough virológico do VHB, após 6 anos de indetectabilidade do mesmo. Diagnóstico de infecção VIH em 1992, por quadro de adenopatias múltiplas e trombocitopenia, nessa data com AgHBs negativo. Iniciou terapêutica antiretroviral em Setembro de 1993, com a seguinte sequência de esquemas terapêuticos, sem controlo virológico: zidovudina; zidovudina + didanosina; zidovudina + estavudina + indinavir; estavudina + lamivudina + nelfinavir. Em Fevereiro de 2001 inicia didanosina + efavirenze + indinavir/ritonavir, só então sendo atingida a indetectabilidade do VIH. Em Abril de 2002 quadro clínico- laboratorial compatível com sobre-infecção pelo VHB (elevação ALT; AgHBs, AgHBe e AcHBcIgM positivos e carga viral VHB 150.000pg/mL). A TARV foi modificada paralamivudina + tenofovir + efavirenze + indinavir/ritonavir, assistindo-se a lenta diminuição da carga viral do VHB, com indetectabilidade apenas em Dezembro de 2006.Em 2005 foi simplificada a terapêutica para emtricitabina/tenofovir + zidovudina + efavirenze e mais tarde, em Junho de 2012, para co-formulação efavirenze/emtricitabina/tenofovirassociada a abacavir. Em Novembro de 2012 apresentou breakthrough virológico do VHB, garantindo adesão à terapêutica e mantendo carga viral do VIH indetectável. Foi introduzido o entecavir, 1 gr/dia, assistindo-se a redução inicial de 1 log, seguida de um “plateau” ao longo de 10 meses. Em Janeiro de 2014, foi alterado TARV para emtricitabina/tenofovir + darunavir/ritonavir, tendo-se verificado nova descida da viremia do VHB, que se manteve mesmo após posterior suspensão do Entecavir. De facto, a indetectabilidade do VHB acabou ocorrendo após 6 meses de tratamento exclusivamente com os análogos inibidores da replicação do VHB (TDF/FTC) que cumpria aquando do surgimento da pseudo-resistência.Pretende-se discutir a redução da sensibilidade do VHB aos análogos dos nucleósidos, em resultado do complexo somatório de variantes de resistência e de interações farmacológicas.
Palavras Chave: Pseudo-resistência, VHB