Centro Hospitalar de Lisboa Central, EPE, Lisboa;
- Worhshop em Imunohematologia – Salão Nobre Hospital de S. José – CHLC. Maio 2015
A transfusão na urgência e emergência surge habitualmente em situações de hemorragia maciça. As causas mais frequentes são: no trauma, obstetrícia, hemorragias digestivas, cirurgias, transplante hepático e neoplasias. Embora o ser humano tenha uma grande tolerância à anemia, na hemorragia maciça aguda há necessidade de restabelecer rapidamente a capacidade de cedência de oxigénio aos tecidos. Com perdas> 40% da volémia a transfusão de concentrados eritrocitários é mandatória. Perante uma emergência transfusional o primeiro contacto com o SIH deverá ser efectuado pelo telefone. O Serviço prescritor deve enviar imediatamente o pedido e uma amostra do doente correctamente identificada, com os dados disponíveis e informando o SIH se o pedido é urgente ou emergente. Perante este contacto o SIH começa a organizar-se para responder da forma mais rápida possível. Um pedido emergente tem prioridade sobre toda actividade em curso nesse momento no SIH. Mesmo na emergência é obrigatória a identificação inequívoca da amostra e da requisição, pois os erros de identificação são responsáveis por reacções transfusionais gravíssimas. O CE do grupo 0 Rh negativo é o componente de eleição, contudo a utilização ou não desse grupo sanguíneo é da responsabilidade do SIH e depende da existência ou não de amostra do doente devidamente estudada. Nestas circunstâncias o SIH envia o(s) CE(s), em cerca de 10 sem provas de compatibilidade’. O(s) CE(s) enviados são compatíveis no sistema ABO e RH de modo a nunca prejudicar o receptor. Após o envio das unidades submetidas a testes rápidos o SIH inicia os testes de compatibilidade de rotina a todos os CE enviados. Avisa sempre o Serviço se houver necessidade de interromper a transfusão. Todas as Unidades enviadas só com testes rápidos vão devidamente identificadas, com etiqueta específica indicando que esse componente vai sem provas de compatibilidade. Essa etiqueta deve ser colada no processo clínico. Se o doente puder esperar 30’ pela transfusão, pedido urgente, o SIH pode fazer as provas de rotina, dando prioridade a esse pedido assim que chega ao serviço, pelo que o contacto telefónico prévio informando sobre a situação clínica do doente terá de existir sempre: na transfusão urgente e emergente.