16º Congresso Nacional de Pediatria. Albufeira. 2015. Poster.
Descreve-se o risco nutricional (RiN) à admissão de crianças e adolescentes e a concordância entre o RiN avaliado e a concretização de intervenção nutricional individualizada (INI). O RiN das crianças e adolescentes internados num hospital pediátrico durante 3 meses foi sistematicamente avaliado nas primeiras 72 horas após a admissão. Foram excluídas as unidades de cuidados intensivos e a unidade de cuidados respiratórios e nutricionais. Foi usado o instrumento StrongKids. Calculou-se a prevalência de RiN, global e por sectores. Analisou-se a concordância entre a instituição de INI e a indicação dada pelo RiN. Avaliaram-se 514 internamentos (300 rapazes; 58,4%); foram classificados em baixo RiN 54,7%, médio 44,4% (IC95% 40,12-48,68) e alto 1% (IC95% 0,42-2,26). O RiN tende a ser mais favorável nos rapazes (p=0,06), não difere entre escalões de idade, mas todos os casos de RiN alto tinham ≥6 anos, e os internamentos mais prolongados apresentaram maior RiN (p<0,001). A proporção de crianças com RiN médio ou alto variou entre 27,3% (IC95% 13,15-48,15) na Pedopsiquiatria ou 29% (IC95% 21,8-37,6) na Ortopedia e 100% na Unidade de Queimados; nas restantes unidades, a prevalência situou-se entre 40 e 60%. Houve INI em 75 internamentos (14,6%), 60% com 6 ou mais dias. Houve INI em 8,1% dos internamentos até 3 dias, 11,5% dos entre 4-5 dias e 24,9% dos internamentos de ≥6 dias. Os 5 casos com RiN alto tiveram INI, 17,1% dos 228 com RiN médio e 11% das 281 com RiN baixo. Dos casos com INI, 1% tinha RiN alto, 44,4% RiN médio e 54,7% RiN baixo. Foi identificado RiN médio ou elevado em quase metade dos internamentos. A INI foi mais frequente nos internamentos mais prolongados e incluiu maioritariamente casos com RiN médio ou baixo.
Palavras Chave: risco nutricional, intervenção nutricional individualizada, crianças e adolescentes, hospital pediátrico, STRONGkids.