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2023

ANUÁRIO DO HOSPITAL
DONA ESTEFÂNIA

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PREVALÊNCIA DE MUTAÇÕES DE RESISTÊNCIA AOS INIBIDORES DA INTEGRASE DO VIH1

Olga Costa, Isabel Dias, Lurdes Lopes, Paula Baranito, Paula Branquinho, Patrícia Miguel, Lídia Santos, Carlos Flores, Rita Côrte-Real

1 – Centro Hospitalar Lisboa Central
2 – Laboratório de Patologia Clínica
3 – Secção de Biologia Molecular

- Reunião Institucional – poster

Resumo:
Introdução: Os inibidores da integrase são fármacos que actuam impedindo a integração do ADN do VIH no ADN da célula hospedeira. Esta classe de novos antiretrovíricos introduzida em 2007, veio trazer um enorme benefício no tratamento dos doentes VIH, permitindo aumentar a potência dos esquemas de terapêutica antirretroviral. Os inibidores da integrase actualmente disponíveis são o Raltegravir, Elvitegravir e recentemente o Dolutegravir com uma elevada barreira genética e um baixo risco de desenvolvimento de mutações de resistência.
Objectivo: Determinar a prevalência de mutações de resistência aos inibidores da integrase (Raltegravir, Elvitegravir e Dolutegravir), numa população de doentes seguidos nas consultas e unidades clínicas do Centro Hospitalar de Lisboa Central.
Material e métodos: Análise retrospectiva dos resultados dos testes de resistência aos inibidores da integrase entre Janeiro de 2014 e Março de 2015. Os testes de resistência foram efectuados por uma técnica de sequenciação do ADN no equipamento OpenGene DNASequencing System® e interpretados na base de dados HIV Geno2pheno integrase. Esta metodologia permite a detecção de mutações relacionadas com resistências na região da integrase. É constituída por vários passos sequenciais: extracção do ARN viral efectuada no equipamento Nuclisens easyMag®; -transcrição reversa do ARN em ADN c; - PCR com amplificação do ADN na região da integrase; - sequenciação do ADN amplificado por PCR; -electroforese dos produtos amplificados e análise das sequências.
Resultados: Nas 92 amostras analisadas foi encontrada uma prevalência de 12% de mutações de resistência aos antiretrovíricos (inibidores da integrase). Para cada um dos antiretrovíricos, verificou-se a seguinte distribuição das resistências: 5,4% ao Raltegravir, 4,3% ao Elvitegravir, 4.3% de sensibilidade diminuída ao Dolutegravir. Não se verificaram resistências ao Dolutegravir no total das amostras analisadas. As mutações mais frequentemente encontradas foram: - primárias - N155H, Y143R, E92Q; acessórias - T97A, L74M, V151I. A mutação Q148H relacionada com resistência ao Dolutegravir não foi observada no total das amostras analisadas.
Conclusões: Verificou-se uma prevalência de mutações relativamente baixa. As mutações de resistência ao Dolutegravir são ainda raras, não se tendo verificado no nosso estudo resistências a este antiretrovírico, o que permite o uso deste fármaco com segurança nos novos esquemas de terapêutica antirretroviral. Com a utilização crescente dos inibidores da integrase nos novos esquemas terapêuticos, cada vez se torna mais importante a realização dos testes de resistência para uma melhor monitorização dos doentes VIH.

Palavras Chave: Mutações, VIH