1 - Hospital Prof. Doutor Fernando Fonseca, EPE;
2 - Hospital José Joaquim Fernandes, EPE;
3 – Unidade de Nefrologia Pediátrica, Hospital Dona Estefânia, CHLC, EPE
– 16º Congresso Nacional de Pediatria, 22-24/10/2015, Albufeira (Poster com apresentação oral)
Introdução e Objectivos: A plasmaferese é uma técnica utilizada para depurar potenciais mediadores imunológicos/inflamatórios e/ou repor fatores plasmáticos, aplicável em diversas patologias. Pretende-se descrever a experiência duma unidade de nefrologia pediátrica na realização desta técnica.
Métodos: Revisão retrospetiva de processos clínicos de crianças e adolescentes submetidos a plasmaferese automatizada (PRISMA®) num Hospital Pediátrico, num período de 12 anos (2003-14).
Resultados: Realizaram a técnica 15 doentes (2,5-16 anos), com intenção depurativa em 14 casos e de reposição em um. A patologia era do foro neurológico em sete (encefalite autoimune em quatro síndrome Guillain-Barré, miastenia gravis refratária, e neurolupus), nefrológico em cinco (síndrome nefrótico corticorresistente em dois, encefalopatia hipertensiva em contexto de lupus em dois, síndrome hemolítico--urémico), hematológica em dois (púrpura trombocitopenica trombótica-PTT) e ingestão acidental de paraquat. Em 14 casos a indicação foi aguda (mediana de 5 sessões) e apenas uma doente realizou plasmaferese de forma crónica (miastenia). As principais complicações foram relacionadas com o catéter central, alterações iónicas e da coagulação. Faleceram dois doentes, de causa não relacionada com a técnica (encefalite auto-imune e PTT).
Conclusões: A plasmaferese permitiu tratar um amplo leque de patologias graves. As indicações para a sua realização, apesar de protocoladas em guidelines internacionais, devem ser pensadas caso a caso na idade pediátrica. Tratando-se de uma técnica com indicações muito específicas, a sua realização em Unidades de referência torna-se fundamental.
Palavras Chave: plasmaferese