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2023

ANUÁRIO DO HOSPITAL
DONA ESTEFÂNIA

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NULIPARIDADE E PROLAPSO UROGENITAL – HAVERÁ VANTAGENS – A PROPÓSITO DE UM CASO CLÍNICO

Vanessa Gomes Olival1, Ana Bello1, Sara Coelho1, Maria João Nunes1, Ricardo Mira1

1 - Ginecologia, área de Ginecologia/Obstetrícia, Hospital de Dona Estefânia, Centro Hospitalar de Lisboa Central, EPE, Lisboa

- 8º EMIGO (poster)

Resumo:
Introdução: Prolapso de órgãos pélvicos (POP) inclui o prolapso rectal e o prolapso urogenital. Este último corresponde ao relaxamento das estruturas de suporte do pavimento pélvico, resultando na protusão dos órgãos pélvicos na vagina ou ultrapassando o anel himenial para o exterior: anterior (cistocelo), apical (histerocelo ou cúpula) e posterior (rectocelo). Existem factores de risco: predisposição genética e ética, alterações do colagénio e dos tecidos de suporte, neurológico, paridade, idade, aumento crónico da pressão intra-abdominal.
Objectivos: Descrevemos um caso de uma doente com sintomatologia de massa vulvar.
Caso Clínico: Doente 45 anos, caucasiana, IMC 22, IO 0000 e sem antecedentes relevantes. Foi enviada à Consulta de Ginecologia por sensação de corpo estranho na vagina. Observou-se a presença de histerocelo grau III, sem cistocelo e rectocelo. Foi excluída sintomatologia de incontinência urinária de urgência e/ou de esforço; stress test negativo e pesquisa de incontinência urinária oculta negativa após redução do prolapso. Restante exame ginecológico negativo. Durante a história clínica não se encontraram factores de risco relevantes; a realçar apenas a etnia caucasiana que apresenta mais risco do que a africo-asiática.
Conclusões: A doente foi submetida a histerectomia vaginal com conservação de anexos sem intercorrências. Actualmente encontra-se assintomática. Com este caso realça-se a presença desta patologia em mulheres, aparentemente sem factores de risco. O POP ocorre em 50% das mulheres multíparas e apenas em 2% das nulíparas. Contudo, perante queixas atípicas em mulheres nulíparas e sem factores de risco evidentes, é fulcral ponderar outros mecanismos fisiopatológicos, como alterações do tecido conjuntivo.

Palavras-chave: Nuliparidade, Prolapso, Tecido conjuntivo